ALEJANDRO VOLTA PARA PENITENCIÁRIA MESMO APÓS DNA CONFIRMAR SEU DEPOIMENTO
Foto: Alailson Santos/PC-AM |
Alejandro Molina deve retornar ao sistema
penitenciário, nesta terça-feira (17), após decisão da juíza Ana Paula de
Medeiros Braga. A defesa já entrou com um novo recurso no Supremo Tribunal de
Justiça (STJ).
Na denúncia enviada à Justiça, o
Ministério Público do Amazonas (MP-AM) manteve a conclusão do inquérito
policial que sugere Alejandro como réu por omissão na morte do engenheiro
Flávio Rodrigues dos Santos, 41. As investigações baseadas nos laudos
confirmaram a versão contada pelas testemunhas desde o início, porém a
divulgação de diversas fake news sobre o caso ainda dividem a opinião pública,
que somente agora tem acesso ao conteúdo do processo.
Diferente do que foi noticiado, Flávio
não foi morto na casa e nem mesmo teve algum desentendimento com Alejandro. É o
que confirma um dos laudos mais esperados no "Caso Flávio", referente
ao DNA do sangue encontrado na residência. Se as amostras encontradas perto da
mesa, no chão e na divisória da cozinha fossem do engenheiro confirmaria a versão
de que ele teria sido morto na casa. Entretanto, o resultado final apontou que
o sangue de fato, era de Alejandro. A localização do sangue também condiz com a
coronhada.
Conforme o exame, o sangue encontrado na
cadeira, no rodapé do balcão da cozinha e nas proximidades do balcão pertencem
unicamente a Alejandro Molina.
[Trecho do resultado do DNA]
Embora o resultado tenha sido de extrema
importância, ele foi estranhamente omitido nas conclusões apresentadas pela
polícia. Os investigadores alegaram apenas que "a falta de isolamento e
preservação do local" interferiram no trabalho da perícia "quanto a
dinâmica do evento".
Ao longo do processo, em outro momento, a
própria Justiça afirmou que o Flávio foi morto fora do condomínio. Ao prestar
informações para o desembargador José Hamilton Saraiva - magistrado responsável
por julgar, o então Habeas Corpus de Alejandro - a juíza da Central de
Inquéritos, Lina Marie Cabral, confirmou que Alejandro foi agredido com
coronhadas pelo policial Elizeu da Paz e que Flávio foi retirado com vida do
condomínio.
As informações se basearam nas
investigações da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
[Informações prestadas pela Central do
Inquérito à época]
Elizeu da Paz e Mayc Vinícius Teixeira
Parede - que confessou autoria do crime - são réus no caso. Sem provas ou
declarações que apontem Alejandro como autor da morte de Flávio, ele foi
indiciado por omissão, quando o agente é responsabilizado por ter deixado de
agir e evitar o resultado.
Para especialistas, o desdobramento do
caso e a repercussão possui fins políticos. Desgastar a imagem do prefeito
Arthur Neto seria favorável para seus adversários no pleito de 2022, no qual
haverá apenas uma única vaga para o Senado.
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