PREFEITO DE WUHAN ADMITE TER OMITIDO INFORMAÇÕES SOBRE CORONAVÍRUS
O prefeito de Wuhan, cidade chinesa tida como epicentro do surto de coronavírus que já infectou cerca de 3.100 pessoas no mundo, assumiu ter omitido diversas informações sobre a disseminação da doença.
Em entrevista à emissora de televisão estatal chinesa, a CCTV, Zhou Xianwang admitiu a hipótese de renúncia.
O secretário do Partido Comunista na cidade, Ma Guoqiang, também se disse disposto a entregar o cargo. O prefeito justificou que ambos tomaram a decisão para atenuar "a indignação pública".
— Nossos nomes estarão em meio à infâmia, mas, enquanto for útil ao controle da doença e para a sobrevivência e segurança das pessoas, o camarada Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilizade — declarou Xianwang.
Profissionais da área de saúde de Wuhan têm denunciado o governo local pela reação lenta à crise, e moradores usaram as redes sociais para reclamar sobre a quarentena imposta à cidade, que tornou o acesso à comida e à rede de saúde ainda mais difícil.
A restrição à entrada e saída foi determinada pelo próprio prefeito Xianwang.
O dirigente descreveu a medida, à época, como "sem precedentes na história humana".
Médicos e enfermeiros na cidade estão usando fraldas para adultos porque não têm tempo de ir ao banheiro devido à grande demanda de pacientes em decorrência do surto.
Outros preferem usar as fraldas para não precisarem remover seus trajes de proteção e correr o risco de rasgá-los.
As informações foram dadas pelo jornal britânico The Independent.
Os moradores de Wuhan descrevem como um filme de terror o cenário caótico atual nos hospitais da cidade.
Corredores lotados, pacientes abandonados e uma espera angustiante e interminável. Até o momento, o coronavírus matou 82 pessoas na China, grande parte na província de Hubei, onde fica o município.
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