PROSTITUTAS QUEREM SER INCLUÍDAS EM PLANO DE GOVERNO


Cida Vieira diretora-geral da Aprosmig (Associação das Prostitutas de Minas Gerais), cobra dos governantes a inclusão da categoria sobre as medidas e eventuais prejuízos da categoria.
“Ninguém pensa nas prostitutas, mas todo mundo usa”. Diz Cida Vieira.
Para Cida, governos estadual e federal ignoraram a classe ao definirem as principais políticas envolvendo a pandemia.
Sua entidade marcou para esta quinta (19) um evento em sua sede para discutir medidas de segurança para a saúde das prostitutas e a possibilidade de continuidade do exercício da atividade em tempos em que o isolamento virou questão de sobrevivência.
“Estamos falando de um grupo vulnerável, que precisa receber mais atenção. Vai ter exame em cliente para detectar se ele está contaminando? Como vai ser a prevenção? Como elas farão para sobreviver se pararem de trabalhar?”, indaga Cida.
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Cida defende que seja regulamentada uma maneira de as profissionais do sexo também receberem ajuda diante da iminência de queda nos negócios.
“Se vão ajudar caminhoneiro, eles têm que ajudar prostituta também. Como elas vão pagar suas contas se deixarem de trabalhar”, afirmou.
Na opinião da sindicalista, um desaquecimento no ramo pode gerar uma série de implicações. “Ninguém pensou no aumento nos casos de violência contra as mulheres se as prostitutas pararem. Não vai haver aumento de estupros quando os homens perceberem que não conseguem mais sair com uma prostitutas? Se as boates fecharem, elas irão para as ruas, ficarão desprotegidas” argumentou Cida.
“Queremos uma posição do governo em relação às medidas de prevenção específicas para as prostitutas e assistência para elas”, completou.
A categoria faz parte da Classificação Brasileira de Ocupações. Acontece que a profissão não foi regulamentada. Assim, as prostitutas não têm direito a benefícios trabalhistas.
Acreditando haver abandono das prostitutas por parte das autoridades, a associação mineira elaborou uma lista de recomendações para passar as suas associadas com o objetivo de elas se protegerem contra o Covid-19 sem deixarem de trabalhar.
“Algumas recomendações são usar luvas, evitar o toque de lábio com lábio e a respiração próxima em relação ao cliente”, explicou.
De acordo com a diretora, a entidade tem 3,5 mil associadas. Segundo Cida, entre elas há várias pessoas idosas e que fazem parte do grupo de risco de contaminação do Covid-19.

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