PM É DETIDA POR DESACATO APÓS ACUSAR COZINHEIRO DE TENTATIVA DE ESTUPRO

PM alegou que se defendia de estupro; corporação afirma que ela desrespeitou agentes que atenderam à ocorrência — Foto: Divulgação/Polícia Militar

 A Polícia Civil investiga um caso envolvendo uma policial militar, de 26 anos, que agrediu um cozinheiro, de 74, e acabou sendo levada à delegacia por desacatar outro PM, de patente superior, em Praia Grande, no litoral de São Paulo. À polícia, ela afirmou que se defendia de uma tentativa de estupro. O idoso negou o abuso, afirmando que apenas voltava do serviço quando ela pediu para que ele tirasse a máscara. A PM afirma que ela apresentava sinais de embriaguez.

A Polícia Militar afirmou que foi acionada via Centro de Operações (Copom) para atender a uma ocorrência, a princípio, de briga. A equipe se deslocou até a Avenida Presidente Castelo Branco, no bairro Vila Mirim, e foi informada por testemunhas que ocorria mesmo uma briga no local, e que "iriam matar o cara".

Ainda de acordo com a corporação, em seguida, a equipe se deparou com o cozinheiro, cercado por moradores e pela policial militar, que o agredia. Os PMs, então, a contiveram. Nesse momento, segundo a equipe, ela disse: "vocês não prestam para nada. Se os 'paizano' (sic) não tivessem aparecido, ele teria me matado, porque vocês não prestam para nada".

Conforme a Polícia Militar, na sequência, a jovem se identificou como sendo PM, relatando que passava pelo local quando o cozinheiro teria tentado estuprá-la. Após dizer isso aos PMs, a policial foi até o idoso e tentou agredi-lo novamente.

Nesse momento, uma das policiais que atendia à ocorrência percebeu que a soldado portava uma arma de fogo, e apreendeu o objeto. Os policiais relataram que a agente de segurança estava muito alterada, e foi solicitado apoio de outras viaturas. Além disso, os militares afirmaram à Polícia Civil que a PM estava sob efeito de álcool ou outra substância de efeito análogo, e que apresentava odor etílico.

Conforme a Polícia Militar, na sequência, a jovem se identificou como sendo PM, relatando que passava pelo local quando o cozinheiro teria tentado estuprá-la. Após dizer isso aos PMs, a policial foi até o idoso e tentou agredi-lo novamente.

Nesse momento, uma das policiais que atendia à ocorrência percebeu que a soldado portava uma arma de fogo, e apreendeu o objeto. Os policiais relataram que a agente de segurança estava muito alterada, e foi solicitado apoio de outras viaturas. Além disso, os militares afirmaram à Polícia Civil que a PM estava sob efeito de álcool ou outra substância de efeito análogo, e que apresentava odor etílico.

Cozinheiro negou ter tentado agarrar PM, e disse que foi agredido ao não atender ordem para tirar máscara em via pública — Foto: Divulgação/Polícia Militar

Cozinheiro negou ter tentado agarrar PM, e disse que foi agredido ao não atender ordem para tirar máscara em via pública — Foto: Divulgação/Polícia Militar

A corporação afirma, ainda, que a agente de segurança desrespeitou a equipe responsável pelo atendimento, e que, dentre outras condutas desrespeitosas, disse que “não iria falar com qualquer praça”. Ela teria, ainda, desacatado um tenente, patente superior à dela, conforme relato da corporação.

Ainda no local, o cozinheiro afirmou à equipe que trabalha em uma distribuidora de sorvetes, e que estava indo embora para casa quando a policial teria mandado que ele retirasse a máscara e encostasse no muro, mas ele não atendeu à determinação. O idoso afirma que, logo em seguida, a PM já teria entrando em luta corporal com ele. Disse, também, que ela efetuou dois disparos de arma de fogo contra ele, mas que não foi atingido. Ele negou que tentou agarrá-la.

Informalmente, a Polícia Militar disse que a soldado relatou não ter efetuado nenhum disparo. Porém, a equipe que atendeu à ocorrência percebeu que, no armamento dela, havia uma cápsula deflagrada presa, além de outra no chão da avenida.

Mesmo a polícia encontrando as cápsulas, ela continuou negando os disparos. Tanto a policial quanto o cozinheiro foram conduzidos à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Quietude, e o caso foi registrado na Delegacia Sede de Praia Grande, na madrugada de terça-feira (3). Foi requisitada perícia para o local, exame residuográfico para a policial militar e exames ao Instituto Médico Legal (IML) para as partes envolvidas.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como disparo de arma de fogo, ameaça, lesão corporal, desacato e estupro tentado. A delegacia instaurou inquérito policial para esclarecer todas as circunstâncias dos fatos. A autoridade policial aguarda os resultados dos laudos periciais, que estão em andamento. A Polícia Militar instaurou IPM para apuração da ocorrência (veja nota da PM na íntegra abaixo).

No boletim de ocorrência, a Polícia Civil deixou em aberto quem é a vítima e quem é o autor do crime, já que todos os envolvidos foram ouvidos e, agora, o ocorrido será investigado. A polícia informou que não há testemunhas presenciais do fato, e o local em que tudo ocorreu não tem cobertura de câmeras de monitoramento da prefeitura.

Porém, afirma que irá levantar a existência de câmeras de segurança de residências, condomínios ou comércios, para verificar se, caso existam essas imagens, possa haver algo gravado que auxilie no esclarecimento do ocorrido.

Posição da Polícia Militar

"A Polícia Militar esclarece que, na segunda-feira [2], por volta das 19h, equipes do 45º BPM/I de Praia Grande atenderam ocorrência envolvendo uma policial militar em horário de folga e um civil, os quais estariam em luta corporal na Avenida Castelo Branco x Rua Heinar Kuulme, na Vila Mirim. No atendimento da ocorrência, a policial desrespeitou os seus superiores que estavam no local, sendo conduzida juntamente com o civil para o DP, onde a ocorrência foi registrada. Foi instaurado IPM para apuração de crime militar in tese cometidos pela PM".


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