COM ALTO NÚMERO DE NOVAS INTERNAÇÕES, AMAZONAS ENTRA NA 'FASE ROXA' NA PANDEMIA



O Amazonas entrou na fase roxa na pandemia (a maior na escala que mede os riscos da pandemia, em uma escala que vai do amarelo, laranja, vermelho e, por último e mais grave, o roxo), de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) com os registros recordes de novas internações. Apenas nesta segunda-feira (4), foi registrado o maior número de novas internações por Covid-19 desde o início da pandemia: 183 pessoas foram hospitalizadas com a doença.

Até esta segunda (4), o estado tem mais de 200 mil casos confirmados de coronavírus e mais de 5,3 mil óbitos em decorrência da doença. O número de internações já supera os registros de abril e maio, quando houve colapso na saúde. No domingo (3), Manaus já havia batido o recorde de internações diárias por Covid-19. Foram 159 novas hospitalizações, número mais alto registrado no estado desde o início da pandemia, mesmo com o colapso na rede de saúde, vivido entre abril e maio de 2020.

“Nós estamos num nível muito alto, de muito alto risco, portanto, nós saímos da fase vermelha e estamos na fase roxa. Nós tivemos um crescimento entre novembro e dezembro de 120% do número de casos em Manaus, onde nós passamos de 1.573 casos pra 3.452 casos (…) hoje nós temos uma média móvel de 700 casos novos todos os dias”, disse Rosemary Costa Pinto, diretora-presidente da FVS-AM, durante reunião entre representantes do Ministério da Saúde e representantes do Governo do Estado, na manhã desta segunda-feira.

Hospitais privados estão lotados

A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Rosemary Pinto, confirmou, ainda, que não há vagas disponíveis para internação em leitos dos hospitais privados de Manaus, sejam para leitos clínicos ou para unidades de tratamento intensivo (UTI).

Conforme Pinto, a lotação das unidades hospitalares privadas resulta no aumento de procura por leitos na rede pública de saúde. “Essa lotação na rede privada leva a uma pressão adicional sobre o sistema público, uma vez que esses pacientes que não tem acesso em hospitais privados, vão para os públicos”, disse.

De acordo com a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS), Mayra Pinheiro, que cumpriu agenda em Manaus nesta segunda-feira, acompanhando o trabalho executado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), o órgão permanecerá no Amazonas o tempo que for necessário para somar esforços ao Estado e ao Município discutindo o plano de contingenciamento. A equipe percorreu pela manhã o hospital Delphina Aziz, e a agenda continua com visitas no 28 de agosto, Getúlio Vargas, João Lúcio, Platão Araújo e a Cema.

Segundo o governador Wilson Lima, a rede pública de saúde está se expandindo para acomodar o máximo de pacientes possíveis, com a abertura de novos leitos no Hospital Delphina Aziz, HPS 28 de Agosto e até mesmo em outras undiades de saúde, como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e FCecom, além de vagas exclusivas para grávidas com Covid em maternidades do Amazonas.

Antecipação – O Governo do Estado tem se antecipado para abrir novos leitos exclusivos para pacientes Covid-19. Em dez dias, disponibilizou mais 409 leitos, em cinco unidades de saúde, para atendimento de pacientes com a Covid-19. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) coordenou uma grande força-tarefa e conseguiu aumentar 90 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 319 leitos clínicos, em pouco mais de uma semana.

A ampliação da rede contou com leitos em unidades como o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, Platão Araújo, Delphina Aziz, Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) e Hospital Beneficente Português.

O resultado superou em 40% a meta de ampliação de vagas de UTI prevista na terceira fase do Plano de Contingência para o Recrudescimento da Covid-19, que inicialmente era de 64 novos leitos de terapia intensiva para Covid, em hospitais e prontos-socorros da rede estadual, mas já alcançou 90 UTIs.

Esforço da rede – Nos últimos 10 dias, o hospital 28 de Agosto já havia aumentado de 12 para 40 o número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A unidade também já conta com 119 leitos clínicos, conforme a última atualização da SES-AM, registrada no sábado (02/01)

O Hospital Delphina Aziz chegou à marca, pela primeira vez desde a inauguração da unidade, de 384 leitos hospitalares. A unidade colocou em funcionamento mais dez leitos de UTI, chegando a 150 leitos desse tipo e mais 234 leitos clínicos. No HUGV, já são 56 leitos, sendo 24 de UTIs para pacientes com Covid-19.

Foram abertos, nos últimos dias, 23 leitos na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado (FCecon) e também estão previstos mais leitos no HPS Platão Araújo, na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Instituto da Mulher Dona Lindu, estes dois últimos para atender pacientes com o perfil das unidades.

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