JOVENS DO AMAZONAS TÊM INFECÇÕES DA COVID-19 MAIS GRAVE E MORTAL, DIZEM MÉDICOS



A velocidade e a gravidade da evolução da covid-19 em pacientes que buscam os prontos-socorros em Manaus têm chamado a atenção dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente. Está inclusive formando infecções mais graves e em menos tempo do que a doença vista na primeira onda. As informções foram repassadas pelos profissionais da saúde que atuam na capital amazonense, nesta semana.

Ainda segundo dos profissionais, nova fase da covid-19 tem maior transmissibilidade causada por mutações que geraram uma nova variante no estado. Além disso, os dados mostram que pessoas mais jovens estão morrendo agora.

Segundo registros de óbitos nos últimos 30 dias, quatro em cada dez vítimas fatais tinham menos de 60 anos no Estado. 

“Algo de muito diferente está ocorrendo em Manaus. Não sei informar se é uma cepa nova ou se é algo diferente. Mas quem está na linha de frente está vendo um aumento da gravidade dos casos”, conta o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, que atua em clínica popular, atendimento domiciliar e hospitais públicos.

As mudanças, diz, vão além da já sabida maior contagiosidade da nova variante do vírus. Claramente estamos diante de um ser invisível que é muito mais patogênico e transmissível.

Hoje chegam famílias inteiras com os sintomas ao mesmo tempo, antes era um de cada vez. Noaldo Lucena, infectologista.

Exames mostram gravidade maior

Segundo os médicos, a doença apresenta menos sintomas capazes de serem percebidos em um exame clínico. “Você ausculta o pulmão do paciente e não escuta nada. Mas, quando vemos a imagem tomográfica, não acredita como há um comprometimento tão grande com tão pouca repercussão clínica notória.”

Mais mortes em jovens

O UOL analisou os dados mais recentes do Portal da Transparência dos cartórios. Foram registrados 710 óbitos no estado (dado que ainda pode aumentar), dos quais 285 de pessoas com menos de 60 anos —ou 40,1% do total. Antes desse período, esse percentual era de 36,5%.

“Sem dúvida muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes mesmo sem comorbidade”, aponta a infectologista Silvia Leopoldina, que também atua nas redes públicas estadual e municipal de Manaus”.

A médica afirma que houve mudanças no comportamento da doença no estado. “Antes, os primeiros sintomas de gravidade apareciam em torno do décimo dia em diante. Agora têm pacientes que, com sete, oito dias, estão com comprometimento de 75% dos dois pulmões.”

Fonte: UOL

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