QUEM JÁ TEVE COVID-19, PRECISA SE VACINAR?


 




A vacinação contra a Covid-19 no Brasil começou no domingo (17/1)
, em São Paulo, logo após a autorização concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial do imunizante Coronavac, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac.

A Anvisa também deu sinal verde para a aplicação de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, que tem parceira com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Brasil. Produzidas pelo Instituto Sérum, da Índia, as vacinas chegaram ao país nesta sexta-feira (22/1), no fim do dia.

De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do governo federal, a campanha brasileira priorizará pessoas consideradas mais vulneráveis à infecção pelo coronavírus no primeiro momento. Além dos profissionais de saúde – que estão entre os primeiros a serem vacinados, idosos e pessoas com doenças crônicas (cardiopatas e diabéticos, por exemplo), são grupos prioritários.

Tire algumas dúvidas importantes sobre a vacinação:

Pessoas com doenças crônicas, como câncer, diabetes e asma, podem ser vacinadas?

Podem e devem, por serem consideradas de alto risco para a doença. A imunização será feita em quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas. Além dos profissionais de saúde, pessoas com 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeada em terras demarcadas e povos e/ou comunidades tradicionais ribeirinhas estão no grupo previsto para receber a vacina na primeira fase.

Na segunda etapa, serão vacinadas pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase da campanha será voltada para pacientes com morbidades, como diabetes, hipertensão arterial grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (com índice de massa corporal igual ou acima de 40). Os pacientes com asma não estão nos grupos prioritários mas, quando a campanha for ampliada para o restante da população, devem sim se vacinar.

A vacina é gratuita?
Sim. As duas vacinas aprovadas pela Anvisa foram incorporadas ao Plano Nacional de Imunizações (PNI) e estarão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) do país.

Posso ser infectado pelo coronavírus mesmo após tomar a vacina?
Já existem relatos de pessoas que foram vacinadas contra o coronavírus e, dias depois, testaram positivo para a doença. Em Israel, por exemplo, 240 pessoas foram diagnosticadas com Covid-19 após receberem a primeira dose do imunizante. Isso porque, de acordo com os especialistas, o efeito esperado dá fórmula só se completa após a aplicação da 2ª dose.

Os especialistas reforçam que, até que as duas doses sejam administradas, é necessário seguir com todos os cuidados, como o uso de máscaras, o distanciamento social e a higienização das mãos. Outro ponto a ser levado em consideração é a eficácia, apesar dos bons resultados verificados nos testes das vacinas, é possível que, para algumas pessoas, o imunizante não alcance a resposta imunológica pretendida.

 Pessoas que têm alergias poderão tomar a vacina contra Covid-19?

Segundo especialistas, reações alérgicas graves a componentes de vacina são muito raras. As reações mais sérias costumam estar relacionadas ao tipo de vacina e aos componentes presentes nela. De um modo geral, ser alérgico a algum tipo de medicamento não significa, necessariamente, que a pessoa terá alergia às vacinas.

Ter reação alérgica a ovo, bijuterias, níquel ou timerosal (conhecido comercialmente como merthiolate), por exemplo, não é impeditivo para ser vacinado. Caso o paciente tenha alergia a algum alimento ou substância, o ideal é avisar ao profissional antes de receber a aplicação.

Grávidas e menores de 18 anos podem tomar a vacina?
Gestantes e menores de 18 anos não poderão ser vacinados por enquanto, uma vez que estes perfis de pacientes não foram analisados nas pesquisas clínicas finais das vacinas existentes hoje.

O álcool em excesso pode influenciar a resposta imune do organismo. As vacinas agem estimulando o corpo a produzir anticorpos e/ou células capazes de defendê-lo contra “invasores”. Para alcançar esses objetivos, o ideal é que o corpo esteja em homeostase, ou seja, o mais saudável possível.

“Ingerir álcool após receber a vacina não colocará a vida de ninguém em risco, mas é uma vacina com uma cepa desconhecida, então a recomendação de ficar sem álcool uma semana antes e 20 dias depois [da imunização] é inteligente”, explica Luciano Lourenço, clínico geral e coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia.

Depois de tomar vacina, quando tempo é necessário para a pessoa ficar imune?
Em casos de vacinas aplicadas em duas doses, o corpo produz os anticorpos em duas etapas. A primeira leva em torno de 20 dias, quando o organismo tem uma resposta primária ao imunizante. Nesta fase, o corpo produz anticorpos que não são definitivos ainda.

A etapa seguinte, após a segunda dose, é o momento em que o corpo transforma os “soldados” provisórios em permanentes. Esse processo também precisa de cerca de 20 dias.

Depois de tomar a vacina, a pessoa ainda pode transmitir o coronavírus?
Estudos recentes mostram que, mesmo entre aqueles que já foram infectados pelo coronavírus, há chances da transmissão continuar acontecendo. Por isso, é imprescindível manter o uso da máscara, a higiene de mãos e o distanciamento social, que são as principais medidas para impedir a disseminação do vírus.

O que falta para a pandemia ser controlada?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é preciso vacinar entre 65% a 70% da população mundial para que a transmissão do vírus seja controlada. “Só poderemos ter uma vida um pouco mais tranquila quando tivermos um número grande de pessoas imunizadas, o que diminuirá o número de casos, especialmente os graves e que necessitam de internação”, explica Eliane Tiemi Iokote, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

Pessoas que já tiveram Covid-19 precisam se vacinar?
Sim. De acordo com pesquisas recentes e especialistas, a imunidade de pessoas que já tiveram a doença dura, em média, 5 meses, e já há relatos de reinfecção pelo Sars-CoV-2. Por isso, o ideal é que, mesmo pessoas que já tiveram a doença, seja imunizadas.

*Fonte: Metrópoles

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