ANÁLISE: MANAUS FC SOFRE APAGÃO DEFENSIVO E PROTEGE TÉCNICO APÓS VEXAME

 

Remo goleou Manaus por 6 a 2 — Foto: Samara Miranda/Ascom Remo

"Lá vem eles de novo, virou passeio"! Os torcedores do Manaus FC reviveram o trauma de Brasil 1 x 7 Alemanha nesta quinta-feira, no Mangueirão, em Belém, pelo jogo de volta da semifinal da Copa Verde. O time só conseguiu manter o jogo equilibrado contra o Remo por 15 minutos, quando levou o primeiro gol. Depois foram mais três sofridos em sete minutos, com o placar apontando 4 a 0 aos 24. A partida terminou 6 a 2 para o Remo.

O Gavião, além de visivelmente desorganizado defensivamente, mostrou fragilidade psicológica, como se fosse um time de meninos, e não esboçou qualquer tipo de reação enquanto via o Remo, quase que em ritmo de treino, passear no campo de ataque. No esporte, mas no futebol principalmente, há quem diga que "o jogo só acaba quando termina", mas, no caso de Manaus x Remo, acabou aos 15 minutos.

A zaga se entregou de forma inimaginável para uma semifinal de Copa Verde. Não foi só falha coletiva ou de posicionamento, mas o que chamou atenção foram os erros individuais, como do Luis Fernando no quinto gol, e principalmente a falta de brio. De sangue nos olhos.

Qualquer um perderia a cabeça ao levar quatro gols tão rápido, de forma tão infantil, mas não o Manaus. Não teve um para gritar, reclamar, mostrar insatifação diante do vexame visto a olho nu. Todos pareciam conformados, como se reconhecessem uma ilusória superioridade do rival.

A goleada sofrida, a maior dos quase oito anos desde a fundação do Manaus, foi construída em cima do desmérito do clube amazonense, com todo respeito ao Remo. Os dois primeiros gols, por exemplo, foram quase iguais. Ambos contaram com falha de Edvan e com falta de cobertura de L. Fernando e Ramon, só que em ordem diferente.

No primeiro, Edvan puxou o freio de mão em arrancada de Augusto, Luis Fernando não deu cobertura, e o centroavante cruzou rasteiro para Hélio marcar sob olhos de Ramon e Tiago Costa, que marcaram a bola em vez do jogador. No segundo, menos de dois minutos depois, foi Lucas Siqueira que ficou livre na esquerda e cruzou novamente para Hélio finalizar sem qualquer tipo de pressão.

Aí o Manaus entregou os pontos, o Remo aproveitou, fez mais dois e administrou o resultado sem levar sustos até o intervalo. Na volta, o Manaus voltou melhor, chegou a diminuir a vantagem para 4 a 2, até que cansou, mostrando outro problema que precisa ser corrigido, a falta de preparo físico.

Clube sofreu quatro gols em 8 minutos — Foto: Samara Miranda/Ascom Remo

Com o time cansado, o adversário, mesmo se poupando para a final, ainda fez mais dois, com novas falhas individuais e de posicionamento do Manaus, e fechou o caixão esmeraldino. No primeiro teste de peso na temporada, a impressão foi ruim.

O resultado parece que pesou no vestiário. A assessoria do clube protegeu o técnico Luizinho Vieira, escolhido para falar após o jogo, de algumas perguntas dos jornalistas. Com a pandemia, as coletivas passaram a ser virtuais. A imprensa encaminha os questionamentos, que passam por uma espécie de análise. No final, quem decide qual pergunta vale ser feita é o próprio clube.



Globo esporte*

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