PRIMEIRO TRANSPLANTE SIMULTÂNEO DE ROSTO E MÃOS É REALIZADO COM SUCESSO NOS EUA

 

NYU Lagone/Divulgação

Um norte-americano de 22 anos que teve o rosto e as mãos deformados após um acidente de trânsito recebeu o primeiro transplante simultâneo de rosto e mãos da história. A operação bem sucedida foi anunciada nesta quarta-feira, 3, pelo hospital NYU Lagone, de Nova York. Segundo a instituição de saúde, a cirurgia de Joe Dimeo durou 23 horas e precisou de mais de 140 profissionais envolvidos. “”O morador de Nova Jersey teve queimaduras de 3º grau em mais de 80% do corpo após sofrer um acidente de carro em julho de 2018. Mesmo após passar por mais de 20 cirurgias reconstrutivas, Dimeo continuou com lesões extensas, incluindo as pontas dos dedos amputadas e severas cicatrizes faciais, sem lábios ou pálpebras”, afirmou comunicado do hospital. Segundo os médicos, as sequelas do acidente afetavam diretamente a visão dele e o impediam de viver uma vida independente e funcional.

© AFP 2020 / NYU LANGONE HEALTH / AFP


A cirurgia de Joe foi realizada no mês de agosto de 2020, mas os resultados só foram divulgados nesta quarta junto às fotos do antes e depois do paciente. Ele sofreu o acidente em 2018 e foi listado como apto para receber o transplante em agosto de 2019, pouco antes do início da pandemia do coronavírus, o que atrasou o procedimento. Por causa das inúmeras transfusões de sangue que recebeu após o acidente, o paciente tinha baixa imunidade e apenas 6% de chance de encontrar uma pessoa compatível para doar os órgãos. O doador compatível para ele foi encontrado no estado de Delaware, a cerca de 180 quilômetros de Nova York.

© AP PHOTO / MARK LENNIHAN


Esse é o quarto transplante de rosto realizado pela equipe do hospital, liderada pelo médico Eduardo Rodriguez. Apesar disso, essa é a primeira vez que uma cirurgia do tipo é feita simultaneamente com um transplante de mãos para a vítima. “Esse foi um presente que você só recebe uma vez na vida. E espero que a família do doador possa achar algum conforto em saber que parte dele agora vive em mim. Meus pais e eu somos muito agradecidos por eu ter recebido esta segunda chance”, afirmou o paciente em nota emitida pelo hospital. Agora, o paciente se esforça para recuperar o movimento das mãos com cinco horas de fisioterapia diárias e precisa tomar uma série de medicamentos para evitar a rejeição dos órgãos.

Jovem Pan*


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