UNICEF E CÁRITAS DESENVOLVEM AÇÕES DE PREVENÇÃO À COVID EM MANAUS


Nesta fase, dez locais serão contemplados com entregas dos kits (Foto: Cáritas Arquidiocesana de Manaus)

Refugiados e migrantes venezuelanos da etnia indígena Warao, assim como não indígenas, são beneficiados por projeto que tem como foco a melhoria das condições de água, higiene e saneamento.

Manaus – “Gosto do trabalho que faço no abrigo para refugiados e migrantes. Oriento sobre os cuidados na prevenção ao coronavírus, sensibilizo sobre a manutenção da limpeza no espaço de convivência e sobre como evitar o desperdício de água”, conta orgulhoso o monitor do Projeto Emergência Manaus – WASH (sigla em inglês para água, saneamento e higiene), Nike Sixto Nuñez, indígena venezuelano da etnia Warao. Ele desenvolve ações da iniciativa no abrigo Tarumã Açú 2, na capital do estado, onde vive com a esposa e uma filha.

O Projeto Emergência Manaus – WASH é uma estratégia do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com Cáritas Arquidiocesana de Manaus, com objetivo de desenvolver melhorias das condições de água, higiene e saneamento em abrigos e espaços de acolhimento na capital amazonense para refugiados e migrantes venezuelanos, sejam indígenas Warao ou não indígenas, na prevenção à Covid-19.

Nesta fase, dez locais serão contemplados com entregas de coletores seletivos, itens de limpeza, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), entre outros. A iniciativa também entregará kits de prevenção à Covid ao público-alvo, com estimativa de beneficiar cerca de 700 pessoas.

Na primeira fase da estratégia, realizada entre novembro de 2020 a janeiro de 2021, 6.699 indígenas Warao e não indígenas em situação de abrigamento, além de brasileiros em situação de vulnerabilidade social, foram atendidos com kits familiares que contém toalha, escova de dente, desodorante, xampu, sabão em barra, esponja, escova de lavar roupa, barbeador, absorvente feminino, papel higiênico, fraldas, sabonete, creme dental, sabão líquido e circulador de ar; e o kit de prevenção à Covid-19, com álcool em gel, sabonete e desinfetante.

“Esse projeto integra a resposta humanitária às populações migrantes, indígenas e não indígenas, em Manaus. O UNICEF tem feito uma articulação entre diversos parceiros, entre eles as Forças Armadas, os movimentos sociais, a gestão estadual e municipal. Essa conexão é necessária para assegurar estratégias que acolhem milhares de pessoas, em situação de extrema vulnerabilidade, no âmbito da saúde, água, saneamento, higiene, proteção e educação”, explica Debora Nandja, chefe do escritório do UNICEF em Manaus.

O projeto integra a resposta humanitária às populações migrantes, indígenas e não indígenas, em Manaus (Foto: Cáritas Arquidiocesana de Manaus)

O Diácono Afonso de Oliveira Brito, secretário executivo da Cáritas, informa que o projeto, desde o início das atividades, divulgou para o público da iniciativa informações de cuidado e prevenção relacionadas à higiene das mãos, ao uso da água, à higiene pessoal e de espaço, ao uso correto da máscara e álcool gel, entre outros. “Além disso, antes de atuarem nos abrigos e espaços de acolhimento, os monitores indígenas e não indígenas são capacitados para desenvolverem atividades relacionadas à prevenção da Covid-19 com a comunidade”, explica o Diácono.
 
Neideana Ribeiro, consultora do UNICEF em Saúde, Nutrição e WASH, informa que o projeto começa uma nova etapa, tendo sido renovado por mais três meses. “Isso favorece a ampliação das ações para outros espaços de Manaus com a disponibilidade de entregas dos kits familiar e de prevenção à Covid-19”. Até maio, a estratégia estará com ações diretas nos abrigos do Tarumã Açú 1 e Tarumã Açú 2; nos espaços de acolhimento do Coroado, Posto de Recepção e Apoio (PRA), no Posto de Interiorização e Triagem de Manaus (PITRIG); e da sociedade civil Oásis, Casa de Acolhida Madre Assunta Marcheti, Abrigo Casa Miga, Casa do Migrante Beato João Scalabrini e Filhos Prediletos.

Nos abrigos de indígenas e não indígenas, existe o comitê de limpeza que, em conjunto com UNICEF e Cáritas, dentro das ações do projeto de WASH, recebeu EPIs que foram distribuídos às equipes responsáveis pela manutenção dos espaços. “No início, alguns membros do grupo não quiseram usá-los, mas após a orientação dos monitores, compreenderam que os equipamentos são necessários para a prevenção ao vírus”, esclarece Henriete Melo, coordenadora técnica do Projeto pela Cáritas.

Com informações da assessoria*

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