SUPOSTO ASSASSINO DA TRANS NO MOTEL É SOLTO E REVOLTA FAMILIARES



Advogada disse que MP afirma que o acusado tem condições favoráveis para a sua liberdade.

Familiares e amigos da mulher trans, Otto de Souza, mais conhecido pelo seu nome social Manuella Otto, 25, que foi assassinada no dia 13 de fevereiro deste ano, estão revoltados com o parecer do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) que permite que o Policial Militar, Jeremias Costa da Silva passa ser julgado em liberdade. A defesa do acusado alega insanidade mental.

De acordo com a advogada da Manuella Otto, Katri Florêncio, no dia 25 de maio, o MP-AM deu parecer favorável à soltura de Jeremias Costa da Silva.

Segundo a advogada, no último dia  20 de maio,  a defesa do acusado Jeremias Costa da Silva, requereu a substituição da prisão preventiva para que ele aguardasse o julgamento em liberdade, afirmando insanamente mental permanente do acusado.

E no dia 25 do mesmo mês, o MP deu parecer favorável à soltura de Jermias que,, em síntese o órgão sustenta que apesar das provas de autoria e materialidade do crime, a prisão preventiva é medida extrema, devendo ser adotada apenas em casos extremos.

“Pelo entendimento do MP o assassinato de uma mulher transexual não é grave o suficiente para manter o acusado preso, mesmo havendo provas incontestáveis de que ele foi o autor do crime”, afrima a advogada.

Entre outras coisas, Katri disse que MP afirma que o acusado tem condições favoráveis que autorizam a sua liberdade, como laços familiares, residência fixa e trabalho, uma que Jermias é Cabo da PM/AM, mas no momento está afastado da corporação, que não há qualquer indício que ele possa praticar outros crimes, nem que vá empreender fuga ou colocar em risco a aplicação da lei penal. Que. em si, o crime é grave, mas não há nada que demonstre a periculosidade ou uma personalidade perigosa.

Segundo a advogada, na liberação o MP pediu aplicação de outras medidas como a proibição de se ausentar da comarca, utilizar tornozeleira eletrônica, proibição de frequentar bares, móteis ou locais congêneres, recolhimento domiciliar no período noturno entre 20 h e 06 h, ou seja, durante o dia ele estará livre para andar nas ruas.

Indignação

“Fiquei indignada ao ler o parecer do MP, segunda feira protocolei minha manifestação discordando totalmente do órgão ministerial, pois, o meu entendimento enquanto a advogada, é que permanecem todos os pressupostos legais que autorizam a manutenção da prisão preventiva”, reclama Katri.

Casos singelos

“A medida que o MP requereu é aplicada em casos singelos, como roubos e estelionatos, não em crimes graves e nas circunstâncias em que a Manu foi morta. Eu ressalto que o Jeremias não conhecia a Manuella, nunca teve contato anterior com ela ou com qualquer pessoa de sua família. Ele sabia, sim, que a Manu era trans, ele atraiu, marcou um encontro, carregou sua arma, levou ela para a privacidade de um quarto de motel e, após a conjunção carnal, deu um tiro na região do tórax que atravessou o seu peito, e ela morreu por choque hipovolêmico, em razão de hemorragia aguda provocada pelo projétil”, relata.
 
“Eu não tenho dúvida de que se trata de um crime transfóbico, a identidade de gênero da Manuella influenciou até no modo que ele agiu, no modo que ele praticou o crime. Ele não tinha nenhum outro motivo para justificar o crime, eles sequer se conheciam. O Jeremias escolheu deliberadamente tirar a vida de uma mulher trans”, concluiu.

Relembre o Caso

Otto de Souza, mais conhecido pelo seu nome social Manuella Otto, de 25 anos, foi assassinado pelo  Policial Militar, Jeremias Costa da Silvano último sábado, 13 de fevereiro, em um quarto de motel “Minha Pousada” na avenida Samaúma, no bairro Monte das Oliveiras, Zona Norte de Manaus.

Parecer MP_AM








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