VÍDEO: MULHER TRANS LEVA ‘RASTEIRA’ E AGRESSOR SAI DANDO RISADA; ASSISTA

 

Antes da agressão, homem perguntou ‘quanto é o programa’ (Reprodução/Redes sociais)

Um vídeo revoltante que circula nas redes sociais mostra uma mulher transexual sendo agredida por um homem, enquanto o amigo dele filma, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O episódio ocorreu enquanto a mulher realizava um trabalho social na rua. A Polícia Civil investiga o caso.

No vídeo, um dos homens desce do carro e pergunta “quanto é o programa”. Em seguida, Luara Silva, presidente da Associação Triângulo Trans, leva uma “rasteira”, e o agressor sai rindo e debochando da situação.

À TV Integração, Luara, de 37 anos, contou que pelo menos mais quatro pessoas estavam no carro junto com o responsável pela agressão. Ao voltar para o veículo, o grupo deu gargalhadas da situação e deixou o local.

Vídeo abaixo:

A presidente da entidade que oferece apoio a travestis e transexuais no Triângulo Mineiro denunciou o caso às autoridades. De acordo com a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado para investigar o caso. O responsável ainda não foi identificado.

Agora, a corporação analisa as imagens divulgadas para identificar o suspeito e, caso ele seja reconhecido, será intimado a prestar depoimento. “Outras informações serão prestadas em momento oportuno”, informa a Polícia Civil.

Pedido de justiça

Ainda hoje, a Associação Triângulo Trans divulgou uma carta de apoio e respeito a Luara Silva, repudiando a agressão e pedindo justiça. O documento defende que, conforme o artigo 5º da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei e têm direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

“Existem ‘privilegiados’ que muitas vezes não sabem o que é conviver com o preconceito. Viver com os olhares de julgamento, as palavras ofensivas, as atitudes perturbadoras, as agressões que muitas vezes vêm da própria família, […] isto, quando não temos a ocorrência da morte ou suicídio. Tudo porque você nasceu ou se sente bem em ser quem é”, diz a carta.

A associação denuncia a transfobia sofrida pela presidente e reforça que “o que mais dói” é saber que ela é uma pessoa tranquila e pacífica, que nunca quis causar mal a ninguém. “Parece que essas são as principais vítimas de atos como este, não é mesmo?”, questiona o texto.

Por fim, a carta pede justiça por Luara e reivindica que os responsáveis pela agressão sejam identificados e punidos, além de protestar contra a impunidade para crimes cometidos contra membros da comunidade LGBTQIA+.

É crime e mata

Desde o dia 29 de janeiro de 2004, pessoas transexuais e travestis do Brasil reforçam, por meio do Dia da Visibilidade Trans, que a luta contra a transfobia e o fortalecimento do discurso em prol da comunidade trans nunca se fizeram tão necessários.

Apesar de todas essas vidas existirem muito antes do ano em questão, a data é um marco na conquista por direitos negados às transexuais e travestis do país ao longo do tempo.

O direito ao uso do nome social, à cirurgia de redesignação sexual de forma segura e gratuita pelo SUS (Sistema Único de Sáude) e cota de 30% para mulheres trans e travesetis em candidaturas femininas, por partido, nas eleições, foram algumas das conquistas de 2004 para cá.

Enquanto militantes, ativistas e outras pessoas preocupadas com as causas LGBTQIA+ se esforçam para criar um ambiente seguro para pessoas transexuais e travestis, o Brasil anda na contramão de tal luta. O país é o que mais mata pessoas travestis e transexuais em todo o mundo. E sobreviver não é “mimimi”.

Segundo levantamento divulgado pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), só em 2020 morreram 175 transexuais. Todas as mortes foram de pessoas que expressavam gênero feminino (leia mais aqui).

Vale ressaltar que desde junho de 2019, homofobia e transfobia são considerados crimes no Brasil. Eles entram na lei do racismo, já existente há 30 anos e, com isso, as punições são semelhantes.

Veja o que é considerado crime:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.




Fonte: BHAZ

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