LAUDO DA PF INDICA CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NO RIO MADEIRA 3 VEZES ACIMA DO LIMITE


Os ribeirinhos que vivem às margens do Rio Madeira estão consumindo água e/ou alimentos contaminados com mercúrio até três vezes maior do que o limite máximo admissível pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 85% dos materiais analisados, como água, cabelo e folhas de árvores há contaminação pelo elemento mercúrio.

Este é o resultado dos estudos preliminares do laudo pericial feito pela Polícia Federal do Amazonas após exames em amostras de cabelo de moradores, da água e de outros materiais.

O mercúrio pode causar lesões nos órgãos das pessoas que se alimentam todos os dias com peixes contaminados, pois deverão apresentar sintomas mais crônicos do minério no corpo, como lesões no cérebro, rins, fígado e coração.

A análise foi feita após a região ter sido invadida por centenas de balsas e dragas de garimpeiros, no último mês de novembro, para exploração de ouro. Pelos cálculos da PF, os garimpeiros operaram por mais de duas semanas em um único ponto no rio, contaminando o leito com o mineral usado para separar o ouro.

O laudo apontou os estragos causados pela atividade e combatidos pela operação Uiara, na qual a PF prendeu três garimpeiros e destruiu 131 balsas.

O perito do setor Técnico-Científico da Superintendência da PF no Amazonas, Leandro Almada, afirmou, no relatório, que amostras de água e sedimento demonstram forte indícios de contaminação ambiental e confirmar o lançamento dos contaminantes a partir de balsas.

“Esses resultados preliminares, dessa parte do rio Madeira, próximo a foz, são extremamente alarmantes. Infelizmente eles corroboram a nossa desconfiança técnica já em função de todas as décadas que o rio é submetido a esse garimpo ilegal, sem o menor controle em relação ao lançamento de resíduos, principalmente mercúrio, e esses resultados corroboraram os nossos maiores temores", disse Leandro Almada.

Ontem (15), a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram a segunda fase da operação Uiara, para combater o garimpo ilegal na região, isso porque algumas balsas permaneceram com atividade no rio.



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