JOGO DO PODER



Candidatos ao Governo precisam deixar a retórica demagoga de lado e apresentar a população um plano de desenvolvimento econômico-industrial palpável para o Estado


No dia 2 de outubro os eleitores amazonenses vão as urnas para eleger deputados estaduais, deputados federais, governador, senador e presidente da República. Com a redemocratização do País há 40 anos, o Estado do Amazonas foi governado por seis governadores, dos quais três são pré-candidatos ao Governo, o atual governador e candidato à reeleição Wilson Lima (PSC), Amazonino Mendes (quatro mandatos - sem partido) e o atual senador Eduardo Braga (dois mandatos – MDB).

Desde a eleição do ex-governador Gilberto Mestrinho em 1982, Amazonino Mendes, Eduardo Braga, Omar Aziz e José Melo, foram eleitos sem apresentar um mínimo programa de desenvolvimento econômico do interior para sair da dependência da Zona Franca de Manaus, leia-se Polo Industrial de Manaus (PIM). Desde a implantação da Zona Franca, 96% da economia do Estado está concentrada em Manaus. Os 61 municípios do interior penam sob o subdesenvolvimento.

A última grande proposta para o desenvolvimento do interior foi elaborada no final da década de 70, o PDRI – Plano de Desenvolvimento Rural Integrado, no governo do falecido José Lindoso (PDS) - último governador nomeado pela Ditadura Militar - com a Embrapa. É certo que o contexto era outro. Infelizmente foi relegado com a ascensão de Gilberto Mestrinho, ao lixo.

A partir de 1982, os sucessivos governadores eleitos pela via democrática, não apresentaram um plano minimamente concreto para desenvolver o interior.

Tivemos o chamado 3º. Ciclo implantado por Amazonino em seu terceiro mandato, com incentivo a agricultura, mediante a farta distribuição de implementos agrícolas para agricultura familiar e uma generosa distribuição de crédito através da Afeam – Agência de Fomento do Estado do Amazonas. Os resultados foram pífios com alguns poucos resultados pontuais, como o incentivo à produção em larga escala de grão na região sul do Estado tendo como epicentro, o município de Humaitá, cuja região possui extensão de terras agricultáveis.

Já o senador em seu mandato, vendeu a ilusão da chamada Zona Franca Verde, lançado em agosto de 2002 ainda como candidato ao primeiro mandato de governador no município de Fonte Boa (região do Alto Solimões), aproveitando a onda recém-criada de economia autossustentável com a preservação do meio ambiente, também de resultados incipientes.

Com uma área 1.559.167,878 km² e com grande vazio demográfico, o Amazonas maior estado da federação e onde se concentra a maior floresta tropical úmida, viveu de curtos ciclos econômicos baseados no extrativismo, borracha, madeiras e outros poucos produtos da floresta. Com o debacle do ciclo da borracha, o Estado viveu por décadas estagnação econômica, até a implantação da Zona Franca de Manaus.

A Zona Franca de Manaus como conhecemos com área alfandegária no período da ditadura militar com uma economia fechada, foi extinta em 1990, quando o então presidente Fernando Collor abriu o País para a importação. Manaus era o paraíso de bens de consumo com o turismo de compra. A canetada de Collor resultou no fechamento de mais de 400 lojas de produtos importados, hoje substituídas por lojas de confecção barata. Restou somente o que se passou a denominar o Polo Industrial de Manaus.

É forçoso reconhecer que com o fim da ditadura militar, a Zona Franca de Manaus ou o Polo Industrial vivem de sobressaltos. A zona Franca não cumpriu com o papel secundário de interiorização da economia.  E aí vez por outra o Governo Federal adita medidas pressionados por políticos e empresários do Sudeste, para redução dos incentivos fiscais ou novas regras para a produção. É um corre-corre dos políticos locais para reverter ou ampliar a vigência da Zona Franca. Vale ressaltar que a presença de empresários amazonenses no PIM é insípida.

Desenvolver o Amazonas não é uma tarefa fácil, como querem fazer crer alguns “especialistas” encastelados Manaus, onde muitos sequer saíram da área urbana do Estado.  

As grandes distâncias dos municípios em relação a Manaus, por si só já é uma barreira. Cidades não possuem um mínimo de infraestrutura minimamente adequada em transportes, portos, estradas, energia, saneamento básico, comunicações, serviços públicos básicos decentes nas áreas da educação (formação de mão de obra qualificada) e saúde.  

É neste cenário que os candidatos têm a obrigação de começar desde já, um trabalho de elaboração de uma proposta séria para desenvolver o interior, um plano de industrialização de verdade, sem lorotas eleitoreiras, aproveitando o potencial das diversas regiões na exploração dos recursos naturais, agregando valores e não somente exportação de matérias-primas.

Os eleitores também têm sua cota de responsabilidade ao exigir de cada candidato ao Governo, um plano econômico-industrial, tirando a dependência do Estado do Polo Industrial de Manaus.

VISIBILIDADEDepois do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), o secretário municipal de Limpeza Pública, Sabá Reis cotado como possível candidato a vice-governador é quem detém a maior visibilidade nas redes sociais.

ANIMADOSIntegrantes do núcleo duro do governador Wilson Lima (PSC) estão animados com as pesquisas. Atribuem a melhora as ações do Governo do Estado no último trimestre de 2021. Acreditam que até às convenções partidárias, Lima já figure na segunda colocação nas intenções de votos.

DEU “XABU” – A reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes com auditores fiscais foi frustrada. Não teve acordo.

PACOTAÇOPrefeito de Manaus, David Almeida deve lançar nos próximos dias um pacote de obras. Uma das metas é asfaltar 10 mil ruas.

BONDADE ELEITORALPara atrair Policiais Militares e Bombeiros, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ele quer aprovar a nova Lei Orgânica para a classe concedendo um pacote de bondades.

CONTRA-ATAQUE A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como 'Capitã Cloroquina' acionou o Supremo Tribunal Federal mais uma vez contra a cúpula da CPI da Covid, imputando suposta violação de sigilo funcional ao presidente do colegiado, Omar Aziz, o vice, Randolfe Rodrigues, e o relator, Renan Calheiros.

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