LULA

AMNÉSIA POLÍTICA PARA SE ELEGER

Líder nas pesquisas, o ex-presidente tece críticas políticos do Centrão esquecendo que ele se aliou em 2002 ao grupo que hoje está encastelado no governo Bolsonaro e responsável por atos de corrupção evidenciado nos escândalos do Mensalão e da Lava Jato nos governos do PT

Lula quer que esqueçam que seu governo fez aliança com o Centrão
Esquecer aliança com Centrão
Que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentre os pré-candidatos à presidência sabe se comunicar com a população, principalmente as classes “C” e “D”, é um fato inconteste, todos sabem. Sua habilidade em falar para as massas foi forjada nas décadas de 70 e 80, ao liderar os movimentos sindicais no estertor da ditadura militar, a “peãozada”, aptidão inexistente nos demais pré-candidatos.

Nesta quarta-feira, Lula reuniu veículos da mídia independente ou alternativa, segundo ele para uma entrevista. Pelo teor das perguntas, nota-se que boa parte dos entrevistadores são simpáticos à sua candidatura.

Lula se sentiu à vontade na conversa/entrevista com perguntas fazendo escada para seu discurso com críticas ao seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL) candidato à reeleição, ao ex-juiz Sérgio Moro, aos militares que estão no Governo. Até aí tudo bem.

Mas em duas oportunidades, Lula foi desonesto em sua fala, a afirmar que o “Centrão” é o que de pior existe no cenário político brasileiro.

Neste momento, o ex-presidente e pré-candidato, foi tomado de amnésia, fato que não confrontado pelos seus “entrevistadores”.

Lula demonstra que no seu passado de candidato à Presidência, quer empurrar para debaixo do tapete político, as alianças com o Centrão em sua campanha eleitoral ao ter como vice, o empresário José Alencar indicado pelo PL.

Critica a aliança de Bolsonaro com os partidos que integram Centrão que tornou o atual presidente, refém do Congresso, perdendo autonomia na elaboração e aprovação do Orçamento.

Ora, o que ocorre com o atual desgoverno, foi o mesmo que sucedeu em seus dois governos liderados pelo petista. Fez aliança com Centrão em troca de apoio ao Congresso.

O ex-presidente Lula deseja que seu eleitorado esqueça alianças feitas com o presidiário e dono do PTB, Roberto Jefferson, condenado no processo do Mensalão do PT e que levou para a cadeia a maioria dos cardeais petistas em 2006, como José Dirceu, José Genoíno, dentre outros. Hoje o boquirroto Roberto Jefferson é um dos próceres do Centrão aliados de Bolsonaro. Outro ex-aliado de Lula, senador Ciro Nogueira do PP que em 2018, teceu uma série de elogios chamando-o de estadista, hoje é ministro de Bolsonaro, embora o tenha tachado de fascista em 2018. Para não me alongar muito, tem ainda o dono do PL, partido que abriga Bolsonaro, Waldemar Costa Neto outro ex-presidiário do Mensalão.

Em nome da governabilidade no Congresso, Lula estabeleceu alianças com partidos do Centrão loteando cargos públicos e verbas, de onde Mensalão e Lava Jato, trouxe à tona inúmeros casos de corrupção e desvios de bilhões dos cofres públicos, com dezenas de presos desfilando sob escolta da Polícia Federal.

Ou seja, Lula não tem moral para criticar o Centrão. Ainda mais quando se sabe que ele próprio vem negociando apoio com integrantes deste agrupamento, com vistas a eleição, já relatado pela imprensa. Os próprios líderes dos partidos ávidos por cargos e verbas já sinalizaram pular do barco do bolsonarismo, caso o atual presidente não melhore sua posição nas pesquisas até o fim de março.

Falta ao ex-presidente, a modéstia em reconhecer perante a Nação os erros cometidos no passado. Sobra-lhe a arrogância em não admitir autocrítica.

 


 

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