PF DEFLAGRA OPERAÇÃO "FLORESTAS DE PAPEL " POR FAVORECIMENTO AO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Um forte esquema que movimentou mais de R$ 80 milhões com o desmatamento da Amazônia é alvo de nova operação da Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira (12), em cinco estados que compõem a Região Norte do País.
Mais de 150 policiais cumprem mandados de prisão e busca e apreensão em casas de funcionários do Ibama, madeireiros e empresários do seguimento ambiental. A operação denominada “Florestas de Papel” a desarticulação do esquema milionário em Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão e Pará.
São cumpridos oito mandados de prisão, 56 de busca e apreensão e quatro de suspensão de atividades econômicas. Um empresário que estava de férias em Fortaleza foi preso nesta manhã.
Segundo a Polícia Federal, o esquema criminoso originou um desmatamento de 260 mil metros cúbicos de madeira ao longo dos últimos anos.
Boa Vista/RR – A Polícia Federal deflagrou hoje (12/7) a Operação Florestas de Papel, que tem o objetivo de desarticular esquema de exploração ilegal de madeiras na região amazônica nos períodos entre 2014 e 2017, envolvendo mais de 20 madeireiras.
Mais de 150 policiais federais cumprem 70 medidas judiciais, entre prisões preventivas, temporárias, mandados de busca e apreensão e de suspensão de atividade econômica nos estados de Roraima, Mato Grosso, Amazonas, Maranhão e Pará. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Seção Judiciária de Roraima, após representação da Autoridade Policial.
Os fatos foram apurados ao longo de 6 Inquéritos Policiais, com apoio do MPF, e apontam diversos tipos de fraudes cometidas por empresários para dar aparência de legalidade ao comércio e movimentação de madeiras.
As fraudes eram realizadas no SISDOF, sistema do IBAMA que gerencia a expedição dos Documentos de Origem Florestal (DOF). O DOF é uma licença obrigatória para o controle do transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais de origem nativa, como toras de madeira e madeira serrada. A PF identificou mais de 91.000 metros cúbicos de madeira serrada que teriam sido “regularizadas” mediante fraude.
Convertidas em toras de madeira, este quantitativo se aproxima de 260.000 metros cúbicos, ou 120.000 toras, o suficiente para carregar aproximadamente 8 mil caminhões. Dentre as espécies identificadas encontram-se Ipês, Cedros, Maçarandubas, Aroeiras e Jacarandás, dentre outras. No mercado, o valor das madeiras envolvidas na fraude poderia chegar a quase 80 milhões de reais.
O esquema utilizava empresas de fachada para conseguir ou utilizar DOFs, os quais eram empregados para “esquentar” madeiras retiradas ilegalmente com a simulação de extração, compra ou venda de madeiras entre as próprias empresas do esquema. Vinte e duas empresas são investigadas, e vários dos sócios seriam laranjas dos reais proprietários. A maior parte das madeireiras investigadas são localizadas no sul do estado de Roraima.

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