MOTORISTAS DE APLICATIVO PARALISAM AV. NOEL NUTELS EM PROTESTO APÓS MORTE DE COLEGA



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Parte da Avenida Noel Nutels, Zona Norte da capital, em frente ao Instituto Médico Legal (IML), foi paralisada na manhã deste sábado (7), por motoristas de aplicativo em protesto a falta de segurança proporcionada à eles por parte das plataformas de mobilidade. O ato ocorre um dia após o motorista de aplicativo Higson Cavalcante Ramos, 49, ter sido encontrado morto com seis facadas, no Ramal do Brasileirinho, bairro Jorge Teixeira, Zona Leste da capital na noite desta sexta-feira (6).
João Rodrigues, 28, que é motorista de aplicativo de mobilidade há quase dois anos, explica que a segurança que as plataformas proporcionam são voltadas para os passageiros, deixando os motoristas vulneráveis. 
"O passageiro sabe todas as nossas informações, o nosso nome, placa do carro, profissão (...) enquanto muitas das vezes sequer sabemos os nomes deles, pelo fato da solicitação ter sido realizada por terceiros, o que nós imploramos para que não aconteça", explica o motorista.
O aumento da violência na cidade e a falta de segurança em alguns pontos, considerados como "área vermelha", são o ‘pavor’ de Adson Oliveira, 32, mesmo dirigindo por quase dois anos em uma plataforma de mobilidade. 
"O medo é recorrente, mas nós temos que trabalhar para garantir o sustento das nossas famílias. O que podemos fazer é vir aqui e protestar para solicitar melhorias", reivindicou o profissional. 
Representando as mulheres que são motoristas de aplicativo, Kátia Souza, 39, afirma que a vulnerabilidade vai além do gênero de quem dirige ou está sendo transportado, pois a insegurança pode partir de qualquer um. Como meio de proteção e até mesmo para conhecer o passageiro, ela diz que sempre opta pelo diálogo. 
"Procuro sempre puxar conversa, porque assim posso saber se a pessoa que estou levando é alguém que não vai querer fazer algum mal à mim. Desta forma me sinto mais tranquila", diz a motorista. 
A reportagem procurou familiares de Higson Cavalcante Ramos na sede do IML, mas até o fechamento desta reportagem nenhum parente foi localizado. Segundo colegas da vítima, a família estava à procura dos documentos para liberação do corpo e poderem realizar o sepultamento.

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