NA ONU, ARTHUR DIZ QUE DEVER DE CASA É CUIDAR DA AMAZÔNIA

O prefeito de Manaus espera que o discurso do presidente Jair Bolsonaro tem um tom conciliador | Foto: Divulgação/Semcom

Nova York - Entre os poucos prefeitos do mundo convidados para a Cúpula do Clima da ONU. O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, disse nesta segunda-feira (23),  que o que fica como dever de casa para o Brasil é cuidar da Amazônia.
“O dever de casa do meu país é preservar a Floresta Amazônica, entre outras coisas. Cuidar dos rios, cuidar das nascentes, cuidar das cidades, fazer o máximo de saneamento. Essa é uma mensagem que vai da gente para o mundo e que vem do mundo para a gente”, afirmou o prefeito.
 Participaram da Cúpula do Clima, que antecede a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, autoridades e alguns chefes de Estado empenhados nas metas do “Acordo de Paris”, como Angela Merkel, da Alemanha, Emmanuel Macron, da França, além do próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, que é ex-primeiro ministro de Portugal.
“Concordo com o presidente Macron de que é necessário dobrar os investimentos na preservação da Amazônia, mas ele não pode fechar os olhos para a Guiana Francesa, que faz parte do território francês, e onde se pratica muito o garimpo. Sou a favor do garimpo zero. Desmatamento ilegal zero!”, defendeu Arthur.


Arthur criticou a falta de políticas públicas para a região.
Arthur criticou a falta de políticas públicas para a região. | Foto: Divulgação/Semcom

O prefeito  reforçou o alerta ao governo brasileiro quanto a importância de se investir na preservação e no desenvolvimento sustentável da Amazônia. Ele criticou a falta de políticas públicas para a região.
“É uma obrigação os brasileiros conhecerem o Brasil e a gente está cheio de autoridades brasileiras que conhecem o Brasil muito bem, menos a Amazônia, como se a Amazônia fosse um país diferente, fosse uma outra pátria que não fosse a de todos nós”, lamentou. 
Jovens ativistas 
O prefeito de Manaus se encontrou com a jovem ativista brasileira Paloma Costa, de 27 anos, que fez a abertura da Cúpula do Clima ao lado do secretário-geral da ONU, para quem fez o convite para palestrar em Manaus, como parte da programação permanente do Fórum de Cidades Amazônicas.
“A Paloma fez uma belíssima fala em sua participação. Eu já a conhecia das boas causas ambientais. Uma ativista muito criativa, usando bicicleta para divulgar suas ideias, fazendo reuniões e, sobretudo, sendo a pessoa corajosa e que tem compromisso, porque sabe que o mundo está em perigo e faz a sua parte, dando até mais o que a maioria pode dar”, disse o prefeito.


O prefeito de Manaus se encontrou com a jovem ativista brasileira Paloma Costa
O prefeito de Manaus se encontrou com a jovem ativista brasileira Paloma Costa | Foto: Divulgação/Semcom

 “Para mim é um prazer receber esse convite e colaborar com políticas efetivas pela Amazônia. É muito importante ter essa oportunidade de pensarmos juntos em soluções para garantir o futuro e acabar com os problemas presentes. As pessoas estão sendo impactadas agora, o fogo está queimando a nossa Amazônia agora”, defendeu Paloma.
Arthur Neto também destacou a valorosa participação da jovem sueca Greta Thunberg. “Ela fez um discurso belíssimo, que levou as pessoas todas, tão sisudas, ao delírio”, destacou.
 Ainda segundo o prefeito de Manaus, o Amazonas precisa ser colocado como Estado estratégico no processo de mitigação das mudanças climáticas.
“Por que o Pará tem menos de 40% de floresta original preservada e o Amazonas tem 96% de floresta original? Não teria nada a ver com o modelo de desenvolvimento que se implantou no Amazonas, que é o Polo Industrial de Manaus?”, questionou, completando que o modelo econômico precisa virar um polo 4.0 para se manter o desenvolvimento econômico da região e para ajudar a se manter a Floresta Amazônica preservada, criando alternativas que possam se somar à Zona Franca de Manaus, a começar pelo aproveitamento da biodiversidade.
 Assembleia Geral da ONU
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, não participou de nenhum dos eventos da Cúpula do Clima da ONU, mas irá discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU.
“Eu gostaria que o presidente Bolsonaro fizesse um discurso conciliador, um discurso onde a democracia, nas suas palavras, prevaleça sobre a divergência, onde o entendimento prevaleça sobre o desentendimento, é assim que eu imagino que vai ser o discurso dele. Esse é o discurso que se espera de um homem de Estado. O estadista une, ele não desune”, falou o prefeito, sobre suas expectativas em relação ao discurso do presidente do Brasil, que abre a Assembleia nesta terça-feira (24).
*Com informações da assessoria

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