VÍDEOS MOSTRAM MENINA DANÇANDO EM TETO DE CARRO EM MANAUS. POLÍCIA VAI INVESTIGAR O CASO


O vídeo de uma criança, de aparentemente 10 anos, dançando em cima de um carro em Manaus, em meio a centenas de pessoas, vai ser investigado pela Polícia Civil do Amazonas. Nas imagens, a menina está exposta fazendo movimentos considerados inapropriados para a idade dela, de acordo com o Conselho Tutelar, que afirma que os pais podem ser advertidos e penalizados pela situação. No local onde ocorria uma festa, os participantes desrespeitam as regras de distanciamento social.

As imagens foram registradas por volta das 17h40 deste domingo (23), no Novo Aleixo, Zona Norte da capital. É possível ver dezenas de pessoas ao redor do veículo, com som automotivo, no qual a criança está dançando, ao som de funk, em cima do teto. Com um celular, um homem filma a menina por trás.

A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) informou que vai apurar as circunstâncias da situação. Para a delegada titular da unidade, Joyce Coelho, os pais da criança podem e devem ser responsabilizados.

“Nós precisamos ver o que está por trás daquela dança, porque ela estava naquela exposição, daquela maneira. Para ela, de 9 ou 10 anos, talvez era uma brincadeira, mas é muito sério o que estava acontecendo ali”, explicou.

A delegada lamentou, ainda, a atitude das pessoas que presenciaram a cena. “’É muito triste verificar que muita gente ali estava filmando e aplaudindo, quando naquela hora deveriam acionar o conselho tutelar ou a polícia para intervir", disse.

Segundo o conselheiro tutelar conselheiro Weverton Agostinho, quando os responsáveis pela criança forem identificados e localizados, eles poderão ser advertidos. “Tem um artigo do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) que diz que não pode deixar criança em situação de vexame, ou ato constrangedor. Nesses casos, é caso de polícia”, disse.

A reportagem localizou o dono do veículo onde a criança aparece dançando no teto. Ele afirmou que não conhece os responsáveis pela criança. Ao G1, Valdiney Souza dos Santos, de 29 anos, disse que havia saído de perto do carro para comprar água e, quando voltou, se deparou com a cena em questão.

“Quando voltei, não cheguei e arranquei a menina porque eu não sabia com quem ela tava. Eu não podia botar a menina no chão porque não sabia quem era o responsável dela. Eu saí perguntando e ninguém sabia. Depois eu achei uma mulher que disse que tava com ela, e eu pedi pra tirar ela de lá”, contou o pintor automotivo.

Preocupado em ser acusado por algum tipo de responsabilidade, Valdiney pede que a população não o julgue precipitadamente. “O carro é meu, a culpa vai vir pra cima de mim, mas um erro não justifica o outro. O pessoal não procura saber quem é a mãe dessa criança, ou pai. O que uma criança daquela está fazendo ali?”.

Validney contou ainda que ficou no local por cerca de três horas após o ocorrido, e em momento algum apareceu um carro de polícia. “Todo domingo tem muita gente ali que vai empinar papagaio e com carro de som brincar. Tem muita criança e não vai fiscalização nenhuma”, acrescentou.

O G1 questionou a Secretaria de Segurança Pública sobre fiscalizações para coibir aglomeração e a presença de crianças em situações como a registrada no vídeo e aguarda retorno.

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*G1

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