WITZEL RECEBEU R$ 1 MILHÃO DE ESCRITÓRIOS E PSC EM 2018

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Os fortes indícios de irregularidades e desvio de recursos na contratação de Organizações Sociais e em pagamentos de dívidas do Governo do Estado não foram as únicas transações que chamaram atenção dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF). A quebra de sigilo fiscal do governador afastado Wilson Witze l revelou que o ex-juiz recebeu R$ 1 milhão de reais apenas entre abril e dezembro de 2018, por uma suposta atuação como advogado.

Como o jornal Folha de S. Paulo mostrou neste domingo (30), Witzel recebeu R$ 900 mil em 2018 dos escritórios Trisão do Carmo e Jenier Advogados e Medina Osório Advogados. Somado a R$ 180 mil que recebeu de salário como advogado do PSC naquele ano, o total passa de R$ 1 milhão. As informações estão na denúncia do MPF que motivou a operação da última sexta-feira (28).

Witzel fez parte do escritório do advogado Fábio Medina Osório por um curto período, entre 1º de outubro e 5 de dezembro de 2018, o que chamou atenção dos procuradores por conta do alto valor recebido. Medina Osório fazia parte do chamado "Clube do Charuto", que se reunia semanalmente no Palácio Guanabara. O advogado não é acusado de nenhum crime na denúncia do MPF.

Já o escritório de Lucas Tristão, um dos presos na última operação, aparece na denúncia por ter recebido, ainda em 2018, R$ 225 mil da empresa Atrio-Rio Service, do empresário Mário Peixoto. O então candidato recebeu R$ 412 mi l de Tristão e, segundo a investigação, não há evidência de prestação de qualquer serviço. Para o MPF, as transferências foram um artifício para que Mário Peixoto financiasse o então candidato Wilson Witzel.

Na prestação de contas à Justiça Eleitoral, a campanha de Witzel registra um aporte de R$ 215 mil feito pelo próprio candidato, em cinco parcelas entre setembro e outubro de 2018. Witzel , no entanto, declarou como patrimônio apenas uma casa no valor de R$ 400 mil, que não foi vendida.

Para o MPF, as transações são mais um i ndício de lavagem de recursos ilícitos . "O período mencionado é extremamente extenuante para qualquer candidato, principalmente numa campanha para Governador de Estado, sendo pouco provável que Wilson Witzel tenha, de fato, desempenhado qualquer atividade laboral relacionada ao escritório", diz a denúncia.

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