ANÁLISE: SEGURO ATRÁS, MAS SEM PODER DE FOGO, VASCO SAI NO LUCRO COM PONTO CONTRA O FORTALEZA
Foto: Divulgação/ Vasco da Gama |
Após a boa vitória
sobre o Sport, no último sábado, era de se imaginar um Vasco mais encorpado e
em evolução nas mãos de Sá Pinto. Até pela expectativa, a exibição no empate
sem gol com o Fortaleza, nesta quinta, em São Januário, foi frustrante. O que
se viu foram os velhos e conhecidos problemas. Apesar de consistente na defesa
- tem sido assim desde a chegada do português -, falta poder de fogo. De um
modo geral, o ponto conquistado foi lucro.
O ataque tem sido o
Calcanhar de Aquiles do Vasco. Desde o início do Brasileiro o time depende
essencialmente de ações de Cano e Benítez. O primeiro pouco tocou na bola
contra o Fortaleza. O camisa 10, por sua vez, foi desfalque de última hora por
ter sido diagnosticado com Covid.
A doença, aliás, atrapalhou os planos de Ricardo Sá Pinto. Foram oito
desfalques infectados – quatro deles titulares (Miranda, Castan, Beníitez e
Carlinhos).
Fortaleza mais perto do gol
Não foi um grande jogo em São Januário. Debaixo de muita chuva, os dois times
tiveram disposição, mas pouca inspiração. Apesar do equilíbrio técnico, o
Fortaleza sempre passou a sensação de estar mais perto do gol. Fernando Miguel
foi importante no primeiro tempo e essencial no segundo, quando fez uma
defesaça em chute de Bergson.
Com três zagueiros e
sem Benítez, a proposta do Vasco foi apostar nos avanços dos laterais.
Encontrou dificuldade, no entanto, com a marcação baixa do Fortaleza. Léo Matos
e Neto Borges tentaram e conseguiram alguns poucos cruzamentos que não levaram
perigo. De positivo, a boa atuação do treino de zagueiros. Marcelo Alves, em
especial, fez boa partida.
Gil vai bem; Pikachu e Talles ficam devendo
Se os laterais
encontraram pouco espaço, Talles Magno não encontrou nenhum. Caindo pela
esquerda ou se aproximando de Cano, o jovem errou bastante, teve mais uma
atuação apagada e foi substituído no intervalo por Gustavo Torres. O
colombiano, aliás, entrou melhor, teve a grande chance do Vasco em um
contra-ataque no segundo tempo e parece ser questão de tempo para ser testado
como titular no lugar de Talles.
Sem Benítez e com
Cano apagado, um outro argentino se destacou. Geralmente seguro na marcação,
Léo Gil se arriscou no ataque, criou boas jogadas e quase marcou um belo gol.
Foi um dos melhores do time. Sua substituição causou surpresa, mas Sá Pinto
explicou que o camisa 7 estava cansado.
Quem não foi bem foi Pikachu. Apesar dos elogios de Sá Pinto, o lateral recebeu
a missão de substituir Benítez na armação e ficou devendo. O camisa 22 não se
omitiu, correu muito, mas pouco criou no setor ofensivo. Juninho, que ainda não
jogou com Sá Pinto, talvez fosse uma melhor opção, mas Sá Pinto justificou,
após a partida, que taticamente não seria um bom jogo para testar o jovem.
O resultado não foi o esperado, mas, como Sá Pinto falou, "quando não se
pode ganhar, não podemos perder". O Vasco, de fato, não teve força para
vencer e, diante do cenário, o ponto conquistado ficou de bom tamanho e serviu
para tirar o time da zona de rebaixamento.
Com 23 pontos, o time carioca se igualou ao Bragantino, mas tem uma vitória a
mais (6 a 5) e é o primeiro clube fora do Z-4. Será preciso, no entanto, jogar
mais futebol, aumentar o repertório ofensivo e ter mais poder de fogo para terminar
o Brasileiro sem sustos.
Globo Esporte*
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