OPERÁRIO MORRE SOTERRADO EM OBRA DE DRENAGEM

 

O deslizamento dos sedimentos da obra de uma galeria de água e esgoto aconteceu por volta das 16h30 desta sexta-feira (11), e resultou na morte de um operário. Pedro Paulo Palmeira da Silva trabalhava para a empresa de engenharia Direcional, responsável pelos serviços na avenida Boulevard das Águas, em frente ao residencial Viver Melhor em Marituba, na Região Metropolitana de Belém.

De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Melo, havia dois trabalhadores na galeria, acerca de três metros de profundidade da superfície, quando os sedimentos – retirados justamente para cavar a galeria – cederam para dentro do buraco e, consequentemente, sobre os dois operários. Um deles conseguiu escapar do deslize da terra, mas o outro foi soterrado.

Os bombeiros chegaram no local perto das 17h, com quatro viaturas e cerca de 20 homens. O capitão Rodrigo Melo explicou que o trabalho era lento e cauteloso por causa do difícil local em que se encontrava o operário embaixo da terra, e pelo risco iminente de novo deslizamento das paredes (de terra) do buraco, já que o solo era alagadiço. A terra no local se assemelhava à piçarra e era bastante barrenta.

“Basicamente, estamos escorando as paredes (de terra) com materiais de madeira para que a terra não ceda e outros bombeiros tentem chegar ao máximo possível do local onde está o trabalhador. Não tivemos nenhum sinal de vida dele, mas ele pode estar vivo sim, isso é comum de acontecer em acidentes desse tipo”, disse o capitão bombeiro, esperançoso de que o trabalhador estivesse vivo.

A operação de resgate dos bombeiros mobilizou quatro viaturas e cerca de 20 militares, mas o serviço foi predominantemente manual, com exceção do uso da escavadeira da própria empresa Direcional para retirar parte da terra de dentro da galeria. Dezenas de pessoas acompanharam os trabalhos, alguns vaiavam os militares de vez em quando, cobrando maior agilidade, sem entender a complexidade da situação.

Moradores informaram que nesta sexta-feira era o terceiro dia da obra, e o trabalhador que se tornou a vítima fatal estava em seu primeiro dia de serviço. Uma equipe apontada como representante da empresa de engenharia Direcional esteve o tempo todo no local, mas os homens se recusaram a falar com a imprensa.

Perto das 21h30, os bombeiros acionaram a remoção do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e confirmaram a morte do trabalhador. A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) esclareceu que “a obra é de uma construtora que presta serviço para o governo federal, responsável pela construção do residencial Viver Melhor Marituba”. Até as 23h30 o corpo permanecia no local.