CASO HENRY: AVÓ DIZ QUE PADRASTO APLICOU ATÉ INJEÇÃO QUANDO MENINO ESTEVE DOENTE

 

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A avó materna do menino Henry Borel Medeiros, de 4 anos, a professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva, prestou depoimento à polícia na quarta-feira (24) e disse que o genro, o médico e vereador Jairo Sousa Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), dava presentes e chocolates ao garoto, e que chegou a aplicar uma injeção nele quando estava resfriado. As informações são do jornal O Globo.

Rosângela contou que chegou a ceder parte do terreno onde mora, em Bangu, para que Henry e a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva, pudessem morar com o pai do menino, o engenheiro Leniel Borel de Almeida numa casa no local, mas que desde que Monique e Leniel se separaram, a mãe e a criança foram viver com Jairinho, desde novembro do ano passado.

Ainda de acordo com o jornal, Rosângela disse que o menino gostava de ir para sua casa e que, mesmo gostando da casa nova, chegava a dormir com ela cerca de três a quatro vezes por semana em sua casa em Bangu, tendo sua residência como referência afetiva.

A professora disse que o neto era um menino doce, tímido, introvertido, educado e bom aluno, que sua filha era uma mãe zelosa e Leniel, um “bom pai”. Rosângela diz que viu Henry pela última vez no dia 7, véspera de sua morte, e que ele estava “ótimo”, sem “nenhum problema de saúde” e “nenhum machucado”.

As três médicas pediatras que atenderam Henry na emergência do hospital Barra D’Or, na madrugada seguinte, garantiram que ele chegou morto e com as lesões externas no corpo descritas nos dois laudos do exame de necropsia.

O Globo teve acesso a documentos que apontas que a criança sofreu hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. De acordo com peritos, as lesões apresentadas no documentos não são compatíveis com um acidente doméstico.

Relembre o caso

Henry passou o final de semana do último dia 7 com o pai e votou para casa da mãe por volta das 19h30. Ela relatou que a criança vomitou ao chegar no local, mas não estranhou o estado, por tratar como algo normal quando o filho chorava muito.

De acordo com Monique, na madrugada do dia 8, ela e o padrasto de Henry estavam em um quarto assistindo televisão, enquanto o filho dormia no quarto do casal.

À polícia, o padrasto do menino contou que estava assistindo a uma série no quarto de hóspedes com a mulher para não incomodar o sono do enteado. Monique afirmou que acordou por volta das 3h30 com o barulho da TV ligada.

Ela relatou ter ido ao quarto do casal, onde viu o filho caído no chão. “Peguei meu filho, botei em cima da cama. Estranhei. As mãos e os pés dele estavam muito geladinhos. Chamei o Jairinho. Ele enrolou meu filho numa manta e fomos ao hospital”, disse a mãe em entrevista à Record TV.

Quando o pai encontrou o casal, Monique e Jairinho contaram que Henry havia feito um “barulho estranho” enquanto dormia. Em depoimento à policia, Monique afirmou que imaginava que Henry teria acordado, ficado em pé em cima da cama e se desequilibrado ou até tropeçado no encosto da poltrona e caído no chão.

Ela também relatou que, quando deu banho no filho antes dele ir dormir, não percebeu qualquer lesão grave. Jairinho foi quem dirigiu até o hospital Barra D’Or. Apesar de ser médico, o vereador afirmou que a última vez que tinha feito massagem cardíaca foi em um boneco, ainda na faculdade.

Já Monique afirmou que fez uma manobra de respiração boca-a-boca, apesar de não saber realizar o procedimento.

Na tarde de segunda-feira, a polícia chegou a fazer uma perícia no apartamento de Monique e Dr. Jairinho. No entanto, quando os peritos chegaram, uma funcionária do casal já tinha feito a limpeza do local.

A 16ª DP (Barra) também recolheu imagens de câmeras de segurança mostrando que Henry chegou bem ao condomínio onde moram a mãe e o padrasto. Ele foi levado até lá pelo pai.

Istoé*

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