SAXOFONISTA USA CAPA PLÁSTICA PARA SUSTENTAR FAMÍLIA E DRIBLAR A COVID-19


Por: Reprodução / Redes Sociais

Com contas para pagar e esposa grávida, o saxofonista Delmo Teixeira, de 39 anos, resolveu inovar para conseguir ganhar dinheiro nas ruas de Salvador. O músico criou uma capa de plástico para tocar e conseguir dinheiro enquanto se apresenta tocando músicas internacionais e clássicos da MPB. "Mesmo no interior, onde o custo de vida é mais baixo, a nossa reserva já estava acabando, aquela coisa de tirar sem repor. Foi quando eu vi que precisava voltar a tocar nas ruas, mas sem o risco de me contaminar", contou ao site UOL.
 
A proteção, que lembra um guarda-chuva, ajuda Delmo a se proteger da Covid-19 enquanto arrecada um valor simbólico para levar para casa. "Peguei uns tubos e conexões de PVC, madeira e plástico. Fui adaptando, ajustando, prendendo nas pontas. Foram vários testes em casa, várias simulações, tocando mesmo. Quando testei na rua, o vento atrapalhou um pouco. Mas aí foi fácil de resolver", explicou.
 
Na capa, o número para contato e o Instagram dele ajuda a ter mais visibilidade para quem passa próximo ao local onde ele toca. Iniciado no violão, o saxofonista natural de Ubaíra, 270 km de Salvador, já tocou na banda da cantora Ludmillah Anjos, que participou da temporada do 'The Voice Brasil' em 2012.Porém, a paixão pelo saxofone só veio acontecer em 2016, quando estava trabalhando em uma loja de material de construção e resolveu aprender outros instrumentos musicais.

Mesmo com pouco dinheiro, Delmo investiu no aparelho e, logo depois, pediu demissão do emprego para se dedicar ao sax. "Foi um pouco duro. Trabalhar numa casa de material de construção não era o que eu queria. Um certo dia me bateu uma louca e acertei minha saída com o patrão. Não era a minha trabalhar com isso", relatou. 
 
Além de tocar na capital baiana, Delmo, que é casado com uma professora de dança formada pela UFBA, também faz apresentações nas ruas de Morro de São Paulo, Valença e no baixo sul do estado. Ele comenta que tem prazer em que os filhos cresçam em um ambiente ligado à arte, já que ambos trabalham na área de cultura. 
 
Mesmo durante a pandemia, o saxofonista não se descuida do álcool em gel e da máscara facial nas ruas de Salvador e relata que perdeu uma pessoa próxima para o vírus. "Em junho do ano passado, eu perdi uma prima de apenas 30 anos. Foram 20 dias de grande sofrimento para a família, porque você não tem contato com a pessoa, só recebe uma informação sobre o estado dela. No dia 21, um domingo, às 5h da manhã veio a pior notícia", finalizou.

B News*

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