SECRETÁRIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE VAI DIFUNDIR CLOROQUINA


Secretária do Ministério da Saúde durante coletiva de imprensa (Foto: Júlio Nascimento/ Presidência)

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), Mayra Pinheiro, disse que os medicamentos ficaram rotulados por conta de questões políticas. Ela visitou Manaus no auge da pandemia.

Manaus – A secretária da Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que integrou a equipe do Governo Federal que visitou unidades de saúde em Manaus pouco antes do pico da segunda onda que atingiu o Amazonas, afirmou que o objetivo da missão era orientar os colegas médicos. Entre as recomendações feitas por ela estava o uso de cloroquina e hidroxicloroqueina em “doses seguras”. As afirmações foram feitas em depoimento ao Ministério Público Federal e constam no G1.

O documento faz parte de uma ação do MPF contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão no combate à pandemia. Além de Mayra, são citados no documento outros dois secretários do Ministério da Saúde e o coordenador do Comitê de Crise do Amazonas, Francisco Ferreira Máximo Filho.

“A função das visitas era conversar com os colegas médicos, todos esses profissionais eram médicos, tentar orientá-los sobre o atendimento precoce na unidade, sobre todos os recursos que eles poderiam fazer para que a gente pudesse salvar mais vidas”, afirmou Mayra.

O remédio sugerido não tem eficácia comprovada cientificamente. Pelo contrário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz na qual pede que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento preventivo da Covid-19.

“A ideia era conversar com os colegas dada a desinformação muito grande de que a gente não precisa mais esperar para fazer exames, fazer sorologia, para a gente poder conduzir esses pacientes, para que os médicos não continuem insistindo que é para as pessoas ficar em casa, que nos primeiros sintomas eles tem que procurar a Unidade Básica de Saúde e deixar à disposição deles todas as medicações orientadas pelo Ministério da Saúde e que possam ser usadas para diminuir o número de mortes e internamentos”.

Questionada pelo MPF sobre a indicação de cloroquina e hidroxicloroquina, ela afirmou que foi dada aos médicos uma autonomia pelo Conselho Federal de Medicina para que pudessem prescrever medicamentos.
De acordo com o depoimento, Mayra Pinheiro afirmou que um pesquisador em Manaus fez um estudo com cloroquina que levou à morte pacientes que receberam doses altas do medicamento.

Ela refere-se à pesquisa da Fiocruz Amazônia, que estudou em 2020 os efeitos do medicamento. Por isso, segundo a representante do MS, havia uma preocupação com a automedicação.

Com informações da assessoria*

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