NEYMAR ULTRAPASSA PELÉ, MAS BRASIL JOGA MAL E FICA NO EMPATE COM A COLÔMBIA

World Cup - South American Qualifiers - Colombia v Brazil Foto: LUISA GONZALEZ / REUTERS

Uma defesa intransponível e um ataque que deixou muito a desejar. Essa foi a tônica da atuação da seleção brasileira no empate em 0 a 0 diante da Colômbia, em Barranquilla, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Diagnóstico que tem se repetido nos jogos recentes e que liga um sinal de alerta para a equipe do técnico Tite. Se a atuação contra a Venezuela não foi boa, ao menos a vitória veio na rodada anterior. Diante da Colômbia nem isso.

Com o resultado, o Brasil segue na liderança, mas perde os 100% de aproveitamento — agora são nove vitórias e um empate, somando 28 pontos. A Colômbia cai para o quinto lugar com 15 pontos, dentro da zona de repescagem.

O empate faz um clima de frustração não apenas pelo resultado, mas porque era a chance de o Brasil atingir o “número mágico” para se classificar ao Mundial. Se vencesse, chegaria a 30 pontos, a maior pontuação de um 4º colocado na história das Eliminatórias sul-americanas — Paraguai, antes do Mundial de 2002. A meta pode ser atingir na próxima quinta-feira, quando a seleção volta a campo para enfrentar o Uruguai.

Apesar de a seleção colombiana contar com o apoio de cerca de 35 mil torcedores nas arquibancadas — 75% da capacidade total do Estádio Metropolitano —, não houve a tradicional pressão inicial aplicada pelos mandantes. Na verdade, a única finalização de perigo da Colômbia na primeira etapa aconteceu no primeiro minuto de jogo, em chute de longe de Falcao Garcia. De resto, o mérito da seleção de Tite foi conseguir anular o adversário.

A parte negativa é que a criação brasileira ficou aquém do esperado. Tite fez quatro mudanças em relação ao jogo contra a Venezuela: saíram Thiago Silva, Guilherme Arana, Gerson e Éverton Ribeiro, e entraram Éder Militão, Alex Sandro, Fred e Neymar. O camisa 10 foi o mais acionado e ficou responsável pelas ações da seleção, mas a lentidão e falta de intensidade da equipe se repetiram assim como diante da Venezuela. Porém, é impossível dissociar essa baixo rendimento com o forte calor que fez em Barranquilla. Até então, tudo sob controle.

Mas o alerta vermelho foi ligado quando desgaste físico afetou o desempenho brasileiro. Embalado pelo grito de "Si se puede" (Sim, nós podemos), a Colômbia mudou sua forma de jogar com as entradas de Rafael Borré e Uribe. Mais ofensiva, sufocava a defesa brasileira no campo de defesa e transformou o Metropolitano em um caldeirão.

É mérito de Tite que a defesa brasileira tenha ultrapassado a marca de 725 minutos sem ser vazada nas Eliminatórias. Alisson, que voltou a ter sequência como titular no gol da seleção — a última vez que ele disputou dois jogos consecutivos tinha sido em novembro de 2019, em amistosos contra Argentina e Coreia do Sul — deixou o campo como herói ao impedir as melhores chances da Colômbia.

Quem despertou preocupação foi Neymar. No mesmo dia em que a sua entrevista dizendo que a Copa do Mundo de 2022 pode ser a sua última, teve uma de suas piores atuações vestindo a amarelinha. Muitos passes errados, dribles sem sucesso e facilmente anulado. Por ser o principal articulador da equipe, o ataque brasileiro foi facilmente batido. Isso no mesmo dia em que chegou a a 114 jogos pelo Brasil, ultrapassou Pelé e se isolou como o quinto jogador que mais vestiu a amarelinha.

Curiosamente, a selelão de Tite só melhorou quando a responsabilidade saiu das costas de Neymar. As entradas de Antony e Raphinha, que chamaram a responsabilidade e aumentaram o poder de fogo do ataque, fizeram Ospina trabalhar. A primeira grande defesa, porém, veio apenas aos 38 minutos da segunda etapa. Muito pouco para quem quer sonhar com o título mundial.

No fim, deu até para dsizer que quem merece a vitória foi a Colômbia. Felizmente Alisson e o sistema defensivo brilharam. Ao menos serviu para manter a invencnbilidade diante dos colombianos em Eliminatórias: agora são 13 confrontos, com seis vitórias e sete empates. Mas é preciso melhorar o quanto antes. De preferência, diante do Uruguai, já na próxima rodada.

*Extra

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