PARA ATINGIR METAS DE SALÁRIOS EXTRAS, PROFESSORES TÊM QUE TRAZER ALUNO DE VOLTA À ESCOLA

(Foto: Daniele Almeida/Semed)

Para atingir metas que asseguram receber um 14º e 15º salários, professores da rede pública de ensino municipal em Manaus têm dois desafios na pós-pandemia: trazer o aluno de volta à sala de aula e recuperar o conteúdo curricular. Ou seja, estimular o estudante a retomar o gosto pelo ensino presencial e pelo aprendizado.

As metas estão definidas em índices que as escolas precisam alcançar em vários itens como o mínimo de abandono escolar e o máximo de aprendizado para melhorar o desempenho em avaliações nacionais como a Prova Brasil.


A carta de metas deste ano mantém os mesmos parâmetros de 2019 para todas as escolas – não houve mudanças devido à pandemia. A reportagem do ATUAL selecionou e conversou com a gestão de duas escolas municipais localizadas na zona leste da capital: a Pintora Tarsila do Amaral e a Professor Themístocles Pinheiro Gadelha.

No gráfico abaixo consta o rendimento dos alunos matriculados em ambas nos quesitos: Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica); Prova Brasil (português e matemática) e Fluxo Escolar (média percentual da nota de aprovação, reprovação e abandono). Neste caso, os indicadores apresentados aqui se referem ao ensino fundamental.

A nota do Ideb é projetada pelo Ministério da Educação, enquanto a Carta de Metas é projetada pela Secretaria Municipal. Pelo MEC, a Themístocles tinha projetada a média de 4,1 e obteve 4,6. Para este ano, a gestão explica que a escola tem que atingir 5,2 no Ideb.


A Tarsila precisa alcançar a média de 6,7. Na Prova Brasil, a Themístocles deve obter 538,34 pontos e a Tarsila, 476,62 pontos. Com relação ao Fluxo Escolar, a Tarsila garantiu 97,8% de presença do alunado, enquanto a Themístocles, 92,22%.

As gestões devem se basear nos indicadores do documento. No caso de reprovação e evasão, por exemplo, esses números devem ser, possivelmente, minimizados ou igualados. O percentual de aprovação, por outro lado, deve ser superado.



Na Themístocles: a aprovação no ensino fundamental deve chegar, pelo menos, a 92,3%; a reprovação deve chegar a, no máximo, 3,9%, e a evasão não deve ultrapassar os 3,81%. Na Tarsila: a aprovação deve ser de 97,63% dos alunos; a reprovação deve ser de até 2,27% e o abando não deve passar os 0,10%. Neste caso, os desafios da Tarsila são menores, visto que reprovação e abandono estão em índices menores.

Em números reais, o percentual de abandono nas duas escolas representa que: a Themístocles não deve deixar que 43 (ou mais) alunos abandonem os estudos e que a Tarsila deve garantir que a evasão não chegue a dois alunos da instituição.

“Não é algo inatingível”, diz Daniele dos Santos, gestora da Escola Municipal Professor Themístocles Pinheiro Gadelha, sobre as metas pactuadas junto à Semed. A escola localizada no Bairro Jorge Teixeira, na zona leste, atende 1.144 alunos matriculados nos anos finais do ensino fundamental (6º, 7º, 8º e 9º), distribuídos entre os turnos matutino, vespertino, e o EJA (Educação de Jovens, Adultos e Idosos) no noturno.

A gestora afirma que a maior dificuldade para “bater” as metas de 2021 será no abandono escolar. Na Themístocles, ela explica que, das sete turmas de 6º ano do turno vespertino, houve, em média, a perda de dois alunos, com faixa etária entre 12 e 14 anos, por turma. Em contrapartida, no turno matutino, a evasão foi baixa. “Percebemos que a participação dos pais [dos alunos da manhã] é bem mais efetiva e eficaz”.

“O diferencial deste ano, que talvez seja o mais difícil, é a questão da taxa de abandono porque, infelizmente, nós não conseguimos atingir 100% do nosso alunado de forma on-line. Quando o retorno semipresencial ocorreu, nós observamos que grande parte desses alunos que não tinham condições de participar de forma on-line retornou”, disse a gestora.



*AMAZONAS ATUAL

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