DESCASO, BUROCRACIA, CORRUPÇÃO E IRRESPONSABILIDADE


Maior responsável pelas catástrofes na região serrana do Rio de Janeiro  não são as chuvas de verão, mas o poder público e seus agentes nas três esferas, municipal, estadual e federal

Por Eduardo Gomes

A tragédia ocorrida na semana passada (Dia 15) em Petrópolis na região serrana do Rio de janeiro não é fato novo. Nos últimos 21 anos, da cidade registrou 15 situações de emergências ou de calamidade pública, com perdas de centenas de vidas, inúmeras perdas materiais e prejuízos econômicos para a cidade outrora imperial.

As constantes catástrofes em Petrópolis é fruto do descaso, irresponsabilidade e burocracia do Poder Público nas três esferas, municipal, estadual e federal.

No dia 17 de janeiro, a Prefeitura decretou situação de emergência, diante do agravamento proporcionado pelas chuvas. É aí que nefasta e odienta burocracia do Governo Federal por meio da Defesa Civil Nacional, com seus burocratas encerrado em seus gabinetes refrigerados em Brasília fez seu papel de coadjuvante assassino.

Não reconheceu a situação. Exigiu a apresentação de mais documentos, papéis frios, em detrimento do perigo iminente das 30 mil vidas humanas expostas ao desastre. O reconhecimento somente veio a ocorrer em 2 de fevereiro. Nenhuma medida prática foi tomada para pelo menos minimizar os efeitos das chuvas torrenciais de verão, comuns nessa época do ano.

A região serrana do Rio de Janeiro engloba 16 municípios, incluindo Teresópolis e Nova Friburgo com uma população próxima de  hum milhão de habitantes já vivenciaram tragédias como a que estamos assistindo agora em Petrópolis ao longo de suas existências.  

Há 160 anos (1862) D. Pedro II já registrava em seu diário a catástrofe, ao relatar as consequências de um temporal causando estragos em Petrópolis. Não é fato novo.

As tragédias de Petrópolis é a expressam máxima da total falência do poder público e o cinismo das autoridades na regulação do uso do solo e normas ambientais sejam letra morta. Ex-prefeitos do município, regularizaram criminosamente a ocupação de áreas de encostas da cidade, onde se registraram dezenas de mortes na atual catástrofe. As margens de rios, encostas e todos de morros são considerados áreas de proteção permanente, as chamadas APPs. Não planejam e nem executam uma política habitacional séria e responsável para evitar a ocupação desordenada das áreas de riscos. Parte da população atingida também é responsável, pois sabem que estão expostas a tragédias. As fotografias mostram centenas de moradias erguidas em áreas sabidamente de riscos. Infelizmente isso ocorre em todo País.

Não obstante o descaso, irresponsabilidade e a burocracia do poder público, há outro componente criminoso: a corrupção sistêmica entranhada no poder público e na iniciativa privada.

Além de perderem seus bens e principalmente seus entes queridos, milhares de famílias ainda sofrem com a corrupção. Milhões de reais que inicialmente são destinados no socorro às famílias, são desviados para pagamentos por serviços não executados, superfaturamento, fraudes em licitações e contratações através de conluios entre agentes públicos e o setor privado.

A cada tragédia, as mesmas promessas, as mesmas medidas são repetidas pelas autoridades e reverberadas pela média. Passado o fragor do momento elas esvai-se ao vento, até a próxima catástrofe produzindo mais perdas de vidas.

RAPIDINHAS

O RETORNO — O PSOL estreia no próximo sábado a propaganda partidária gratuita de rádio e TV extinta em 2017 e ressuscitada no ano passado pelo Congresso Nacional para este ano. Dinheiro do contribuinte indo para o ralo.

MENOSPREZO — O presidente Jair Bolsonaro ignorou as posses do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin e do vice-presidente Alexandre de Moraes, ocorrida às 19 horas desta terça-feira (22). Seu último compromisso previsto na agenda, foi às 15h30min com o ministro da AGU (Advocacia Geral da União, Bruno Bianco.

CONTRA — O deputado estadual Sinésio Campos é uma das vozes discordantes dentro do PT do Amazonas em relação a formação de federação partidária com o PSB, PV e PCdoB.

TORPEDINHO — “Cercadinho não é lugar de presidente, cercadinho é lugar de boi! – Senador Omar Aziz durante o embate com o senador Flávio Bolsonaro, filho do Presidente.

NO LIMBO — Outrora um dos expoentes do PSDB, o deputado federal Aécio Neves tem contra si, pedido de cassação e condenação pelo Ministério Público Federal. 

SINAIS — Com minguados 2% nas séries de pesquisas até agora divulgadas, o governador de São Paulo, João Dória, admitiu hoje pela primeira vez renunciar sua candidatura à Presidência para dar lugar a um nome viável para a 3ª. via.

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