REGIÃO NORTE TEVE O MAIOR ÍNDICE DE VÍTIMAS DE FURTO EM 2021, DIZ IBGE

 

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Em 2021, cerca de 4,0% dos domicílios brasileiros tinham pelo menos um morador que foi vítima de furto no período de um ano. Esse percentual corresponde a 2,9 milhões de domicílios no país e, dentre aqueles com pelo menos uma vítima, a maior parte (44,3% ou 1,3 milhão) sofreu furto no domicílio, enquanto 39,5% tiveram outros bens furtados fora de casa.

A Região Norte teve o maior percentual de domicílios com vítimas de furto (6,5%), bem acima da média nacional, enquanto o Nordeste teve o menor (3,3%). No Amazonas,  64 mil pessoas  foram vítimas de roubo em 2021. O número equivale a 2,13% da população e representa o maior percentual entre todos os estados e o DF. Desse total, 54 mil (84,3%, do total de vítimas), moram em Manaus, que tem o terceiro maior percentual do país (3,2%), atrás de Teresina e São Luís (ambos com 4,4%.

Os dados divulgados nesta quarta-feira (07/12) pelo IBGE são do módulo inédito Furtos e Roubos, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), em uma parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ao todo no país, em 2021, houve 342 mil furtos de veículos, sendo 192 mil de carros e 150 mil de motos. No mesmo período, foram registrados 388 mil furtos de bicicleta. Também ocorreram 1,7 milhão de furtos de domicílios e 1,4 milhão de furtos de bens fora do domicílio. Essas duas categorias não incluem os delitos em que foram subtraídos veículos e bicicletas.

A Região Sudeste foi a região com maior participação percentual no total de furtos em todos os tipos. Em 2021, representou 55,3% dos furtos de veículos (64,1% dos furtos de carros e 44,0% dos de moto).

Considerando o último furto ocorrido nos 12 meses anteriores à entrevista, o principal local de ocorrência dos furtos de carro (75,1%) e moto (68,8%) foram as vias públicas. Já para as bicicletas, o principal local foi algum domicílio (66,3%), que poderia ser o da vítima ou o de outra pessoa, seguido pelas vias públicas (21,9%).

Entre os tipos de polícia, a Militar foi a mais procurada nos quatro tipos de furtos investigados: carro (65,7%), moto (65,5%), bicicleta (62,9%) e domicílio (64,4%). Os percentuais da procura pela Polícia Civil são menores: carro (52,8%), moto (50,8%), bicicleta (38,0%) e domicílio (43,4%). Nos furtos de bicicleta, 8,6% buscaram outra polícia ou a guarda municipal. É possível buscar mais de um tipo de polícia para um mesmo furto.

A pesquisa também procurou entender o motivo de a vítima não ter buscado pela polícia. Entre os motivos mais citados estavam a “falta de provas” (24,1%), “não acreditava na polícia” (23,6%), e “não era importante” (22,0%). O “medo de represália” foi citado em 6,7% dos casos.

Celulares

Também foram investigados os tipos de itens furtados entre aqueles casos que ocorreram dentro ou fora do domicílio, ou seja, quando não são considerados carro, moto e bicicleta. Quando esse tipo de delito ocorreu dentro do domicílio, os bens mais citados foram telefone celular (21,6%), aparelho eletrodoméstico (20,6%), dinheiro (18,5%) e roupa ou calçado (16,6%), seguidos de joia, bijuteria ou relógio (9,8%), ferramentas (8,1%), botijão de gás ou outros combustíveis (7,8%) e animais de criação (5,7%). As armas e munições também foram citadas (0,6%).

Nos casos ocorridos fora do domicílio, os itens com maiores proporções foram telefone celular (61,1%), dinheiro (23,1%), documento (13,4%) e cartão de débito, crédito ou cheque (12,3%).

A ampla maioria das vítimas de roubo teve seus bens furtados fora do domicílio (67,8%), enquanto a proporção dos que sofreram essa violência dentro de casa foi de 23,0%. Cerca de 6,8% das vítimas de roubo relataram roubo de carro, 5,6%, roubo de moto e 3,0%, de bicicleta. A pesquisa ressalta que uma única vítima pode ter sofrido mais de um tipo de roubo no período de referência.

Entre as vítimas de roubo, 50,8% eram homens e 49,2%, mulheres. Somados, os grupos de idade de 25 a 39 anos (36,4%) e de 40 a 59 anos (28,7%) eram quase dois terços das vítimas. Na análise por cor ou raça, 49,0% das pessoas que sofreram roubo eram pardas e 36,1%, brancas.

Carros e motos

Houve 222 mil roubos de veículos em 2021, sendo 117 mil de carros e 105 de motos. Já os de bicicleta totalizaram 55 mil. Os roubos de domicílio somaram 195 mil, número muito inferior aos que ocorreram fora de casa (1,4 milhão). Assim como nos casos do furto, essas duas categorias não incluem roubos de veículos e de bicicleta.

Diferentemente do que ocorreu nos casos de furto, em que a maioria ocorreu em um domicílio, os roubos de bicicleta tiveram como principal local de ocorrência a via pública (70,2%). Esse também foi o lugar que concentrou os roubos de carros (72,2%) e motos (91,9%).

Arma de fogo

A PNAD Contínua constatou ser mais comum o uso de armas nos roubos de veículos, chegando a 95,0% no caso dos carros e a 86,2% nas motos. No roubo de bens fora do domicílio, essa presença da arma também ficou acima de 80,0%, enquanto foi menor nos roubos no domicílio (60,5%).

As taxas de uso de armas de fogo ficaram acima de 60% em todas as categorias de roubo analisadas. A proporção de uso desse tipo de arma superou os 90% nos roubos de carro (97,6%) e no domicílio (90,8%) e ficou próxima disso nos roubos fora do domicílio (87,7%), situação em que o uso de faca ou canivete foi citada em 13,9% dos casos. Mais de um tipo de arma pode ter sido usada em um mesmo roubo.

Os itens mais citados pelas vítimas de roubos no domicílio foram celular (64,0%), dinheiro (31,2%), joia, bijuteria ou relógio (19,2%), aparelho eletrodoméstico (18,9%), documento (16,3%), cartão de débito ou crédito ou cheque (14,9%), roupa ou calçado (12,2%) e computador ou tablet (7,9%).

Entre os bens roubados fora do domicílio, os mais citados foram celular (83,7%), dinheiro (36,3%), documento (23,4%), cartão ou cheque (18,5%) e joia, bijuteria ou relógio (10,0%).

Fonte: Portal 18 horas

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