MÁRCIO SOUZA: GIGANTE DA LITERATURA E CULTURA AMAZONENSE FALECE AOS 78 ANOS

O escritor e dramaturgo amazonense Márcio Souza, aos 78 anos, faleceu nesta segunda-feira, 12 de agosto de 2024, deixando um profundo legado na cultura e literatura do Amazonas e do Brasil. Com uma carreira que abrangeu a escrita, o jornalismo, o cinema e a direção cultural, Souza se destacou como uma das figuras mais influentes da cultura brasileira.

Nascido em Manaus em 1946, Márcio Souza estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e construiu uma carreira literária de destaque. Entre suas obras mais conhecidas estão “Galvez, O Imperador do Acre”, “A Caligrafia de Deus”, “Lealdade”, que lhe rendeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 1997, e “Mad Maria”, seu livro mais famoso, que gerou uma minissérie de sucesso produzida pela TV Globo em 2005.

Além de seu trabalho como romancista, Souza fez contribuições significativas ao cinema e à dramaturgia. Dirigiu o filme “A Selva” e escreveu peças como “As Folias do Látex” e “Tem Piranha no Pirarucu”. No campo do roteirismo, seus trabalhos incluem “Rapsódia Incoerente”, “Prelúdio Azul” e “Manaus Fantástica”.

Sua trajetória também foi marcada por sua luta contra a censura e a repressão durante a Ditadura Cívico-Militar. Souza foi preso em diversas ocasiões, incluindo em 1966 pela exibição da peça “A Idade do Ouro”, e em 1969 e 1972 devido à sua militância política. Sua peça “Zona Franca, Meu Amor” também foi censurada. Além de seu impacto cultural e artístico, Souza ocupou cargos de liderança importantes, como diretor de planejamento da Fundação Cultural do Amazonas, diretor do Departamento Nacional do Livro, presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte) e presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Manaus. Sua atuação acadêmica e cultural foi reconhecida mundialmente, com passagens como professor assistente e palestrante em universidades renomadas.

O governador Wilson Lima também decretou luto oficial de três dias em homenagem a Márcio Souza, reconhecendo sua contribuição fundamental para a cultura e história do Amazonas. O presidente da Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas), o deputado estadual Roberto Cidade, também prestou suas condolências.

A Academia Amazonense de Letras, da qual Souza era acadêmico titular na cadeira de nº25 desde 2004, divulgou uma nota de pesar em suas redes sociais. O presidente da Academia, Aristóteles Comte de Alencar Filho, expressou tristeza e solidariedade à família do escritor, destacando a importância de seu trabalho e seu legado cultural.

O velório e enterro ainda não foram divulgados. A perda de Márcio Souza é sentida profundamente por toda comunidade amaozense e a todos que admiram sua obra e sua luta pela cultura e pela liberdade de expressão.


*Fonte: Portal Tucumã 

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