SECA ATRASA ENTREGA DE OXIGÊNIO E MEDICAMENTOS EM HOSPITAL NO INTERIOR DO AM

 

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A seca que atinge o Amazonas atrasou a entrega de oxigênio e medicamentos em Envira, no interior do estado. Segundo a Defesa Civil do município, um barco com insumos saiu de Feijó, no Acre, há 13 dias, e até esta segunda-feira (12) ainda não havia chegado à cidade amazonense.

O número de atingidos pelo fenômeno subiu para 11 mil. Um mês atrás eram 10 mil. Além disso, a estiagem severa tem causado desabastecimento na cidade e alguns alimentos tiveram aumento de mais de 100%.

O cenário vivido em Envira é esperado para todo o estado. Isso porque, o governo do Amazonas prevê que a situação neste ano pode ser ainda pior do que a vivida no ano passado, quando foi registrada a maior seca da história do estado.

Até o momento, 20 das 62 cidades do Amazonas já estão em situação de emergência. Em Manaus, o Rio Negro já desceu mais de dois metros desde o início da vazante.

Ao g1, o chefe da Defesa Civil municipal, Ismael Dutra, disse que a cidade entrou em alerta no fim de semana por conta da falta de oxigênio. Segundo ele, um barco que saiu do Acre em direção à cidade com balas do insumo, mas até o momento não conseguiu chegar na cidade.

"A gente pega as balas do hospital de Envira e manda para Feijó, através do rio. De Feijó, elas vão para Rio Branco para serem abastecidas. E de volta, elas fazem o caminho inverso. Temos uma embarcação que saiu de Feijó trazendo 12 balas de oxigênio, uma média de 2 a 3 toneladas, e já se passaram 13 dias que essa embarcação não conseguiu chegar trazendo oxigênio e medicamento".

A ameaça de que os pacientes atendidos na cidade ficassem sem oxigênio fez com que o município acionasse o governo do estado na manhã desta segunda.

"Se o barco não chegar, as pessoas podem ficar sem oxigênio. Foi então que nós entramos em contato com o governo, que mandou nesta manhã uma aeronave vinda de Manaus com 20 balas de oxigênio para abastecer o hospital municipal".

O g1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Amazonas (SES-AM) para saber quais as ações estão sendo desenvolvidas para dar suporte à Envira e outros municípios que, porventura, venham a sofrer com o desabastecimento de insumos, e aguarda resposta.


Ações preventivas

As previsões indicam que a seca em 2024 pode ser tão severa quanto a de 2023. Por isso, o governo estadual decretou estado de emergência em 20 municípios, situados nas calhas do Juruá, Purus e alto Solimões.

O governo também decretou emergência ambiental no estado devido a queimadas registradas no sul do Amazonas, Manaus e região metropolitana. Os decretos têm validade de 180 dias.

Ainda conforme o governo, ações voltadas para o abastecimento de água potável, insumos e medicamentos para a saúde, produção rural, logística para a manutenção do funcionamento da rede estadual de educação, ajuda humanitária e dragagem dos rios são os principais focos do cronograma de atividades do plano de contingência do governo.

Municípios da calha do Juruá já estão recebendo medicamentos e insumos para a saúde, como Guajará, Envira e Ipixuna, segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas. Nas localidades, com a vazante dos rios, o transporte fluvial já está sendo prejudicado.



G1*

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