CASO NAJA: MAJOR INDICIADO É PROMOVIDO A TENENTE-CORONEL

 


Afastado preventivamente das atividades externas por suspeita de atrapalhar as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que apura esquema de tráfico internacional de animais, o major Joaquim Elias Costa Paulino, ex-comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF (PMDF), foi promovido a tenente-coronel. A ascensão ao novo posto foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de terça-feira (25/8).

O oficial integra um grupo de 25 majores que foram promovidos por antiguidade dentro da corporação. A medida é natural dentro da PM e segue o processo que engloba oficiais e praças. Atualmente, existem 106 tenentes-coronéis na PM, entre agregados (que estão cedidos para outros órgãos) e os que ocupam cargos na estrutura da corporação.

Segundo informações, o comando da PM foi procurado para saber se o tenente-coronel Elias Paulino permanecerá afastado preventivamente de suas funções ou se será nomeado para um novo posto. 

Até a última atualização desta matéria, a corporação não havia respondido. A reportagem apurou que, atualmente, não existem tenentes-coronéis afastados de suas funções por qualquer motivo.

A situação inclui o padrasto de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl, 22 anos, que foi picado pela cobra Naja criada clandestinamente em casa, no Guará 2. O tenente-coronel Clóvis Eduardo Condi ocupa o Subcomando do Policiamento de Trânsito e, ao contrário de Elias Paulino, não foi afastado preventivamente.

Afastamento

Em entrevista, o então major Elias afirmou que foi usado como “bode expiatório”, segundo ele, para proteger e privilegiar integrantes do alto escalão da corporação.

“Fiz o meu trabalho. Eu sei que por trás disso há uma rede grande de tráfico de animais, que atua não só no Brasil. Há pessoas poderosas envolvidas. Eu representava uma ameaça porque cumpria o meu dever. Apreendi mais de 10 cobras e ia continuar apreendendo”, desabafou à época.

Militares afastados
A PMDF também instaurou um inquérito militar para apurar a conduta dos profissionais. O caso foi investigado pela 14ª Delegacia de Polícia (Gama), após Pedro Krambeck ser picado pela Naja.

A partir desse fato, os policiais colheram provas de que Pedro estaria envolvido com tráfico e maus-tratos de animais, contando com a ajuda de familiares e amigos para ocultar as evidências e atrapalhar as investigações. Após a conclusão do inquérito, 11 pessoas foram indiciadas.

Na PMDF, Elias Paulino foi indiciado por prevaricação, fraude processual, associação criminosa e coação no curso do processo. Já o tenente-coronel Condi responderá por tráfico de animais, fraude processual, maus-tratos e associação criminosa.

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