INFECÇÃO DE CÃES E GATOS PELO CORONAVÍRUS É MAIS COMUM DO QUE SE SABIA, DIZ ESTUDO

 

Foto: Getty images

A infecção de cães e gatos pelo coronavírus é mais frequente do que se imaginava, é o que revela um estudo realizado por pesquisadores do Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Globo.

Segundo a reportagem, os pesquisadores encontraram uma taxa de positividade de 11,25% em 311 pets testados. Esse é o estudo com maior amostragem sobre o Sars-CoV-2 e animais de estimação já realizado no Brasil.

Por conta do vírus ser transmitido de seres humanos para os animais, não foram testados especificamente pets de pessoas infectadas, o que aumentaria a chance de haver animais com o vírus, e mesmo assim houve uma significativa positividade nos animais testados, o que indica a elevada disseminação da pandemia.

Foram examinados 251 cães e 60 gatos de São João de Meriti, na região metropolitana do Rio. Eles foram testados com autorização dos tutores pela técnica padrão ouro para a detecção do Sars-CoV-2, o exame molecular de RT-qPCR. Os pesquisadores descobriram que 19 cachorros e seis gatos testaram positivo.

Ao Globo, o cientista Alexander Biondo, do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), não envolvido no estudo do Rio, disse que o percentual de animais com testagem positiva encontrado em São João de Meriti é muito elevado.

“A transmissão tem que estar muito alta em seres humanos para haver tantos animais infectados. A infecção pelo coronavírus em cães e gatos é mais transitória, dura menos tempo. Esses animais são como sentinelas ambientais da disseminação do vírus. Se está alta neles é porque há saturação de vírus”, disse Biondo.

Segundo a pesquisadora à frente do estudo, a primeiro-tenente Shana Barroso, bióloga virologista do Hospital Marcílio Dias, a maioria dos animais positivos não tinha qualquer sintoma condizente com a Covid-19. Apenas alguns tinham sinais como os da gripe, e somente uma cadela apresentou sintomas mais pronunciados.

De acordo com a reportagem, o estudo é uma colaboração do Laboratório de Biologia Molecular, do Instituto de Pesquisas Biomédicas, do Hospital Naval Marcílio Dias; do Laboratório de Imunofarmacologia da Fiocruz e da Clínica Rio Vet, em São João de Meriti. Devido à relevância, foi selecionada pela chamada emergencial da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e recebeu R$ 250 mil.


Fonte: Istoé

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