TJAM PUBLICA NOTA DE REPÚDIO AOS ATAQUES DE ROBERTO JEFFERSON CONTRA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA

 

Foto: reprodução/Estadão Conteúdo

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) publicou neste domingo (23) uma nota em repúdio às agressões do ex-deputado federal Roberto Jefferson contra a ministra Carmen Lúcia.

A nota é em reação a um vídeo de Jefferson postado na 6ª feira (21) no perfil de Cristiane Brasil (PTB-RJ), ex-deputada federal e sua filha. No vídeo, o petebista chama Cármen Lúcia de “Bruxa de Blair”, e de “Cármen Lúcifer”. Ele critica a ministra por causa de uma decisão que proibiu a emissora de rádio e TV Jovem Pan de fazer determinadas acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Jefferson chama a decisão de “censura à Jovem Pan”.

Assinada pelo desembargador Flávio Humberto Pascarelli Lopes, presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, o TJAM classificou o ato como "inaceitável, sobretudo numa sociedade democrática".

Confira a nota na íntegra: 

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) manifesta seu total repúdio aos ataques misóginos, covardes e machistas dirigidos recentemente à Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, no exercício de seu cargo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Essa investida gratuita contra a Ministra é inaceitável, sobretudo numa sociedade democrática, tratando-se de uma conduta claramente discriminatória, com objetivos de intimidação e envoltos em um discurso vil que atingem, ainda, a condição da mulher. Além disso, o respeito à missão da Magistratura é condição fundamental para a preservação do Estado Constitucional e Democrático do Direito.

O TJAM manifesta irrestrita solidariedade à Ministra Cármen Lúcia diante do recente ocorrido, reiterando a confiança no seu extremo rigor técnico. A Ministra é uma magistrada que, reconhecidamente, tem se pautado pelo equilíbrio, responsabilidade e senso de justiça.

Des. Flávio Humberto Pascarelli Lopes

Presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas

Tiros e atira granadas contra a Polícia Federal

Neste domingo (23)  o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, foi alvo de uma ação da Polícia Federal a pedido de Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), porém, Jefferson reagiu à abordagem e atirou contra os policiais, numa ação de total descontrole. As informações são da Folha de São Paulo.

A PF suspeita que o ex-deputado tenha lançado três granadas na direção dos agentes. 

Nota da Policia Federal

Por meio de nota oficial, a PF afirmou no meio da tarde deste domingo que “na ação, dois policiais foram feridos por estilhaços de granada arremessada pelo alvo e levados imediatamente ao pronto-socorro” e que “após o atendimento médico, ambos foram liberados e passam bem.

“Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los”, diz Jefferson em vídeo gravado dentro da casa do próprio ex-deputado.

Em outro vídeo, o para-brisa do veículo da PF aparece estilhaçado. “Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego”, afirma.

A operação ocorre um dia após Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), e a comparou a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas” em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.

O advogado do PTB Luiz Gustavo Cunha disse à reportagem que o último contato que teve com Jefferson foi no sábado (22) à noite.”Ele [Jefferson] vem dizendo ‘que não vai mais ser preso, que na casa dele não entra mais mandado do Xandão'”, disse. “O ministro Alexandre de Moraes mandou uma viatura para prendê-lo hoje pela manhã, domingo, o que é ilegal.”

Sobre os eventuais disparos e lançamentos de explosivos na direção dos policiais federais, Cunha afirmou que ainda não tinha detalhes.

O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), publicou nas redes sociais um texto em que repudia a “ação armada” do aliado e ex-deputado de Roberto Jefferson.

O presidente afirmou ainda que determinou a ida do ministro da Justiça, Anderson Torres, ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento do episódio.

Segundo a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o STF recebeu informações de que o ex-deputado bolsonarista aumentaria o tom de seus ataques às instituições. Em prisão domiciliar, Jefferson manteria ainda um arsenal de armas em sua casa de forma irregular.

A decisão de prendê-lo foi tomada porque, a partir de terça-feira (25), ele não poderia mais ser detido, como determina a lei eleitoral. Segundo esta regra, ninguém pode ser preso a não ser em flagrante cinco dias antes das eleições.

Prisão de Roberto Jefferson

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo, o político resistiu por 8 horas ao cumprimento da ordem de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

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