FOI SÓ UM SONHO: BRASIL SE DESPEDE DA COPA EM CLIMA DE DECEPÇÃO

 

Laurence Griffiths/Getty Images

Contra a maioria dos prognósticos e análises feitas antes de a Copa do Mundo do Catar começar, a Seleção Brasileira está voltando para casa mais cedo após ter sido derrotada pela Croácia nesta sexta-feira (9/12), no Estádio Cidade da Educação.

O resultado surpreende de diversas maneiras, considerando os jogadores que Tite tinha à disposição, o momento em que eles vivem em seus clubes e, também, pela questão da saúde, que tirou peças importantes de diversos outros candidatos ao título no Catar.

No entanto, a cada coletiva, cada treinamento, cada comunicado da assessoria da CBF, aumentava a sensação de que os ventos estavam mudando e que as boas vibrações que acompanharam os meses anteriores da Seleção Brasileira estavam se esvaindo.

Mas o que exatamente deu errado para o Brasil no Catar?


Lesões

Toda a sorte em relação às lesões que o Brasil vinha tendo pareceu ter acabado logo na estreia, contra a Sérvia. O lateral-direito Danilo sofreu uma lesão no ligamento medial do tornozelo esquerdo. Já Neymar, na mesma partida, teve uma lesão também no tornozelo, no ligamento lateral, além de um edema ósseo.

Na próxima partida, contra Suíça, Alex Sandro sentiu um desconforto no quadril esquerdo. Inicialmente, parecia tratar realmente de apenas um incômodo, que posteriormente acabou se revelando mais grave. O lateral perdeu os dois jogos subsequentes.


Convocação

As lesões em sequência sofridas pelos jogadores da Seleção podem ser colocadas, em grande parte, na conta do azar, porém, elas tiveram implicações diretas com a convocação feitas semanas antes por Tite.

Sim, o Brasil conta com uma excelente geração de atacantes e foram poucos os ruídos em relação a Tite ter convocado nove jogadores de frente. O problema foi lá atrás. Daniel Alves foi bancado, aos 39 anos, jogando no Tigres do México, pelo técnico e sua comissão técnica. Liderança? Lealdade? Histórico? Habilidades no pandeiro? Talvez todos esses motivos. O fato é que, sem Danilo, Éder Militão jogou improvisado na lateral.

Do outro lado, sem Alex Sandro e Alex Telles, Danilo teve também que ser improvisado na esquerda. Tanto Danilo quanto Éder Militão já haviam cumprido tanto em seus clubes quanto na Seleção Brasileira. Porém, apesar de terem cumprido bons papéis defensivos, a presença e apoio ofensivo deixou a desejar.


Gols 

O jogo contra a Coreia do Sul, após todos os problemas de lesão e a derrota para Camarões, deram a impressão que a Seleção Brasileira havia voltado aos trilhos, às boas vibrações que acompanharam time, imprensa e torcida.

O Brasil, literalmente, bailou para cima dos coreanos, que resolveu enfrentar o adversário de peito aberto. Resultado? Um 5 x 1, goleada que poderia ter sido ainda maior caso o time não tivesse claramente tirado o pé no 2º tempo.

Os quatro gols marcados apenas contra a Coreia superaram os três de toda a primeira fase — a pior marca da Seleção Brasileira desde o Mundial de 1978.

Apesar da qualidade dos comandados à disposição e de ter criado chances, tais oportunidades não se converteram nos gols que o Brasil precisou. A Seleção sai da Copa como o time com mais chutes, chutes no alvo e chutes dentro da área. No entanto, a Croácia, um time envelhecido, soube usar sua experiência e disciplina para frear a Seleção.


Adversários

A Croácia talvez tenha sido a equipe mais complicada que o Brasil enfrentou em 2022, em sua preparação para a Copa do Catar. É bater em uma tecla já gasta, mas faltou a Seleção Brasileira ser testada contra adversários de maior qualidade sim.

Após ter perdido a final da Copa América para a Argentina no Maracanã, ainda em 2021, o Brasil enfrentou Chile, Peru, Venezuela, Colômbia, Uruguai, Argentina, Equador, Paraguai, Chile novamente e Bolívia (Eliminatórias); Coreia do Sul, Japão, Gana e Tunísia (amistosos); e Sérvia, Suíça, Camarões e Coreia do Sul (já na Copa). O Brasil faria mais uma partida contra a Argentina, em junho, que foi cancelada.


Metrópoles*

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