DEP WILKER BARRETO EVIDENCIA 'VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA' NO AMAZONAS APÓS MORTE DE BEBÊ NA MATERNIDADE ANA BRAGA

 

Deputado Wilker Barreto evidencia ‘violência obstétrica’ no Amazonas após morte de bebê na Maternidade Ana Braga

 

O tema violência obstétrica foi levantado pelo deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) nesta quarta-feira, 10, durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Ele afirmou que muitas mulheres no Amazonas vêm passando por situações que caracterizam esta prática indevida que afeta a mulher durante a gravidez e o parto como, por exemplo, o que ocorreu no último final de semana contra uma jovem de 18 anos na Maternidade Ana Braga, localizada no bairro São José 1, zona Leste de Manaus, culminando com a morte do bebê no dia 5 de maio. Para o parlamentar, o triste episódio reforça o atendimento precário oferecido na rede de saúde do Estado às gestantes, externando os problemas estruturais, a falta de investimento, más condições de trabalho e profissionais abalados com o atraso de salários.


A denúncia do bebê que veio a óbito veio à tona no final de semana, por parte da imprensa local, onde a paciente Pamela dos Santos perdeu o seu bebê por falta de atendimento médico adequado. A jovem chegou a buscar ajuda nas Maternidades Ana Braga e Nazira Daou, mas não teve sucesso. Somente após súplicas da família, Pamela entrou em trabalho de parto no dia 5 de maio, mas por conta da demora do procedimento da cesárea, a equipe médica constatou o óbito da criança por aspiração de mecônio, quando o bebê evacua dentro da mãe e acaba respirando as próprias fezes.

 

“A violência obstétrica das maternidades não é apenas praticada pelo médico, isso ocorre desde a recepção quando você acolhe, da forma que você recebe a mãe, de um tratamento que ela não tem. Às vezes, a mãe tem que ir e voltar para maternidade porque estão evitando a qualquer custo a cesária, ocasionando na demora do parto e causando sequelas nos bebês. E aí, quem se responsabiliza por isso?”, questionou Barreto.

 

O deputado afirmou que irá levar o caso ao Comitê da Violência Obstétrica da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas, que iniciou seus trabalhos na última terça-feira, 10. “Este caso não pode passar sem essa Casa se posicionar, por isso, essa denúncia será o meu primeiro encaminhamento ao comitê da violência obstétrica que nós criamos ontem”, finalizou.


Violência Obstétrica

Importante destacar que a violência obstétrica atinge diretamente as mulheres e pode ocorrer durante a gestação, parto e pós-parto, caracterizado pelo desrespeito à mulher, à sua autonomia, ao seu corpo e aos seus processos reprodutivos, podendo manifestar-se por meio de violência verbal, física ou sexual e pela adoção de intervenções e procedimentos desnecessários e/ou sem evidências científicas. A violência obstétrica afeta negativamente a qualidade de vida das mulheres, ocasionando abalos emocionais, traumas, depressão, dificuldades na vida sexual, entre outros. O Ministério da Saúde reconhece como direito da mulher um atendimento justo e humanizado desde o início da gestação até o nascimento da criança.

Nathália Silveira

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