ENTENDA OS FETICHES SEXUAIS POR TRÁS DO CASO DO “DOUTOR PELUDO”

 

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O fetiche foi longe demais? O caso do infectologista Lino Neves da Silveira, do Distrito Federal, foi parar no Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), que abriu procedimento para investigar a conduta do especialista que gravava relações sexuais com pacientes e depois divulgava em conta secreta do Twitter.

Autodenominado “PeludoAN” (abreviação para Asa Norte, bairro de classe média alta de Brasília), Lino explora o próprio fetiche: ele registra as relações sexuais, por foto ou vídeo, e compartilha o conteúdo pornográfico no perfil, com direito a legendas provocativas.

É muito fetiche envolvido! Entre eles: exibicionismo, medical play, fetiche por homens casados, tesão por fazer sexo no local de trabalho e muito mais. Para explicar alguns dos gostos sexuais do Doutor Peludo, elencamos alguns fetiches.

Fetiche

Antes de adentrarmos nesse mundo, sem julgamentos das preferências sexuais alheias, é preciso esclarecer o termo. “A palavra fetiche tem sido usada para se referir as pessoas que utilizam objetos, como roupas e acessórios, ou que fixam apenas uma parte do corpo da outra pessoa para ter excitação ou satisfação sexual”, explica Marcos Santos, psicólogo da plataforma Sexo sem Dúvida.

Ele reforça que todas as pessoas são fetichistas em algum grau. “Cada uma se sentindo atraída por determinado local, objeto, estilo, postura, comportamento, vestimenta, ou características físicas. No sexo, o fetiche é sempre uma forma de se libertar dos padrões da sociedade, não existindo nenhum consenso de certo ou errado nele. Todos os tipos de fetiches e fantasias são válidos na hora de buscar o prazer, desde que não sejam ilegais ou acabem ferindo outras pessoas. Mas tudo isso é variável já que, são inúmeros fetiches pertencentes a inúmeras pessoas: cada um é diferente do outro”, esclarece.

O céu é o limite quando se trata de fetiches e sexualidade. Sair da caixinha é algo recorrente para algumas pessoas, que se valem de fantasias a ideias diferentes na busca pelo ápice do prazer.


Exibicionismo

Vale lembrar que no caso do Doutor Peludo, o prazer também estava na exposição dos vídeos gravados. Mas afinal, o que leva pessoas a se exporem dessa forma? De acordo com o terapeuta sexual André Almeida, o exibicionismo é um fetiche mais comum do que se imagina.

“O sexo em público é um fetiche guiado pela adrenalina. Normalmente, os adeptos falam sobre gostar da sensação prazerosa de estar exposto e sendo observado”, explica.

A especialista em fetiches, Dominatrix Mistress Charlotte, aponta que da maneira como o médico aplicou o fetiche de exibicionismo, acabou fugindo de uma das premissas quando se fala do tema: “Todo fetiche deve ser feito de forma sã, segura e consensual. Se ele estava utilizando o espaço da clínica sem ser consensual, já quebrou uma das regras dos fetiches e vivenciou de forma não saudável a experiência, colocando a carreira em risco”, opina.

Além disso, ela ressalta que o exibicionismo dele se dava de forma on-line: “E quando algo cai nas redes é difícil retirar. Eu vejo que foi feito de forma arriscada. Até porque existem páginas exclusivas para publicação desse tipo de conteúdo”. A dominadora esclarece que se as filmagens foram feitas acordadas com os envolvidos, o ato em si não teria problema. Desde que em local seguro. E para a prática desses fetiches, existem locais apropriados.


Medical Play

Por fim, Mistress Charlotte explica que dentro do universo fetichista do BDSM existe uma simulação de uma situação médica na qual um dos envolvidos assume o papel do paciente e fica vulnerável aos exames do dominador. “Móveis e objetos típicos da área são usados na montagem do contexto hospitalar”.

Esse fetiche recebe o nome de medical play. O termo pode ser usado no caso do Doutor Peludo, que recorria aos trajes e utensílios de médico para gravar os vídeos de sexo com os pacientes reais.


Metrópoles*

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